Sercel entregou obra de R$ 47,3 milhões da BR-359 em 2011, sem proteção a usuários

Principal obra do PAC no estado, trecho entregue pela empreiteira está aberto para o público desde o final de 2011, mas sem alguns de seus principais itens de segurança

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Principal obra do PAC no estado, trecho entregue pela empreiteira está aberto para o público desde o final de 2011, mas sem alguns de seus principais itens de segurança

Embora ainda oficialmente não inaugurada, a construtora Sercel Ltda entregou em 2011 a pavimentação de trecho BR 359 para o tráfego, sem efetivamente concluir todos os itens do contrato firmado com a Agesul (Agência Estadual de Gestão e Empreendimentos). Somente agora, cerca de seis meses depois, o aditivo que autoriza a conclusão do serviço pendente foi publicado no diário oficial.

A própria Agesul deveria fiscalizar a conclusão da principal obra do PAC no estado, que consumiu mais de R$ 230 milhões no trecho entre Coxim à divisa de Goiás. O valor inicial era de R$ 47,3 milhões. A assinatura data de 12 de fevereiro de 2009, com prazo de 600 dias consecutivos.

No final do ano passado, o trecho com início no quilômetro 149,6 (Pólvora), até o quilômetro 213,4 (Silvolândia), foi concluído e liberado para passagem de veículos. Tanto moradores locais quanto a própria Sercel, confirmaram a conclusão da pista. Contudo, conforme explicou a Agesul, o 8º termo aditivo publicado no dia 21 de maio no diário oficial, prorrogando o prazo de entrega da obra, é devido a três itens importantes ainda não concluídos, sendo drenagem superficial, colocação de defensas metálicas e reconformação da faixa de domínio.

A drenagem superficial, pode comprometer a trafegabilidade, em função dos riscos de aquaplanagens, que ocorre quando o veículo fica sem controle ao passar sobre o acúmulo de água na pista, causando graves acidentes. Além disso, a drenagem reduz custos operacionais de veículos e usuários, índice de acidentes e preservação de propriedades limítrofes, por conta dos eventuais acidentes, bem como evita a degradação da rodovia, prolongando a vida útil do pavimento.

As defensas metálicas que deverão ser colocadas em trechos perigosos, tem a ver com a segurança dos usuários do trecho liberado, em geral moradores da região de Coxim e Alcinópolis e carretas de escoamento da produção agrícola do norte do estado. Elas atenuam de choque de veículos desgovernados contra construções à beira da via ou barrancos acentuados.

Já o terceiro item diz respeito à conclusão da reconformação de faixa de domínio. Ela é um limite de segurança para que aqueles que vivem ou trabalham no entorno da BR-359, para que não interajam com a rodovia, ou ao contrário, para que a rodovia não interfira na atividade das pessoas que estão em seus limites.

Outro grave problema, referente à má utilização da faixa é a construção de acessos aos imóveis lindeiros, sem a prévia autorização do órgão competente. Utilizando a faixa de domínio, o órgão é capaz de indicar o melhor local para o acesso, considerando fatores como a geometria do traçado e visibilidade dos motoristas entre outros, já que um acesso mal projetado pode comprometer a segurança na rodovia e causar muitos acidentes entre os veículos que trafegam na estrada e os provenientes do acesso irregular.

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