Senadores e deputados irão às aldeias dos Guarani-Kaiowá e região

A deputada federal Janete Capiberibe (PSB/AP), da Comissão de Direitos Humanos e Minorias, participou de uma audiência pública no Senado para buscar soluções para a violência sistemática contra os Guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Em pronunciamento na Câmara, Janete Capiberibe disse temer pelas vidas dos índios. Segundo a parlamentar, deputados e senadores irão às aldeias da região, com data a ser definida, em missão oficial conjunta para exigir providências do governo do Estado no sentido de se impedir a violência dos jagunços e fazendeiros contra os índios. Os parlamentares também tentarão sensibilizar o governo federal para a necessidade de se demarcar rapidamente as terras indígenas ocupadas pelos índios.

“O povo Guarani-Kaiowá do Mato Grosso do Sul enfrenta uma guerra do agronegócio; a taxa de homicídios é de 100 por 100 mil pessoas, maior que a do Iraque e quatro vezes maior do que a nacional. Em 2011 foram 51 assassinatos, segundo denúncia do CIMI(Conselho Indigenista Missionário). Em 2011, 26 índios da etnia guarani-kaiowá se suicidaram no Mato Grosso do Sul, a maioria com idades entre 15 a 19 anos”, disse Janete Capiberibe.

“O Governo Federal e o Governo do Mato Grosso do Sul devem tomar medidas urgentes para a integridade das terras e dos cidadãos indígenas. Não vamos permitir que o totalitarismo do poder econômico e da cultura consumista nos torne uma Nação assassina. Um Estado que se pretende moderno não pode conviver com tamanha violência. Os setores produtivos precisam aprender que é possível produzir respeitando as terras indígenas, as terras de quilombo, as unidades de conservação, a diversidade cultural”, argumentou a deputada.

A deputada alertou ainda sobre os perigos representados pela aprovação da PEC 215/2000, que está sendo analisada no Congresso, e que pode alterar radicalmente a atual política indigenista. Entre outras coisas, o projeto propõe que o poder de demarcação das terras indígenas, quilombos e unidades de conservação seja transferido da União para o Congresso. “Com o poder da bancada ruralista no Parlamento, dá para imaginar o que os índios podem esperar se isso acontecer”, conclui Janete.