Sem-terra se concentram no Incra/MS e bloqueiam oito rodovias no Estado

Na Capital, manifestantes aguardam frente ao órgão a reunião com o superintendente regional, onde será discutida a pauta com 82 reivindicações.

Já na reta final do percurso, reformados e assentados de diversos municípios de Mato Grosso do Sul interditam, neste momento, a avenida Afonso Pena, entre as ruas Pedro Celestino e Rui Barbosa, na Capital. Com faixas, cartazes e até um carro de trio elétrico, os manifestantes sem-terra estão parados em frente ao Incra/MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), para discutir a pauta de 82 reivindicações.

Além do movimento em Campo Grande, oito rodovias do Estado também estão interditadas por conta do movimento, denominado mobilização estadual na Luta pela Terra. “Desde agosto do ano passado que o Incra está parado. Há pelo menos 196 áreas que o órgão pode comprar, com o orçamento de 44 milhões já liberados. Queremos que a superintendência regional peça o dinheiro, que vai ajudar cerca de quatro mil famílias”, dizem os manifestantes.

A Fetagri (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Mato Grosso do Sul) afirma ainda a necessidade de reforma de 5,5 mil casas, a liberação das DAP´s (Declaração de Aptidão do Pronaf), abertura de editais para a construção das casas, já que 67 milhões em recursos estão parados em assentamentos, com casas que aguardam mais de cinco anos para serem construídas, além de outras reivindicações.

Lista

Em resposta, o superintendente do Incra, Celso Cestari, informou que a superintendência está finalizando uma lista de acampados por microrregiões estabelecidas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O documento será elaborado de forma a garantir o acesso à reforma agrária de famílias da região, obedecendo à ordem de cadastramento das famílias, e promovendo assim, a ocupação dos espaços vazios no interior do Estado.