Secretário: Brasil está livre de ter nova pandemia de gripe A
O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, garantiu que o Brasil não corre risco de sofrer uma nova pandemia do vírus Influenza A (H1N1), apesar das novas confirmações de mortes ocorridas neste ano. A contaminação, popularmente conhecida como gripe suína ou gripe A, matou 2.060 pessoas no País em 2009, ano em que […]
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O secretário nacional de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, garantiu que o Brasil não corre risco de sofrer uma nova pandemia do vírus Influenza A (H1N1), apesar das novas confirmações de mortes ocorridas neste ano. A contaminação, popularmente conhecida como gripe suína ou gripe A, matou 2.060 pessoas no País em 2009, ano em que foi detectada no México, e se espalhou pelo mundo. “Esse comportamento explosivo acabou”, disse Barbosa, que ainda explicou como se dá o processo anterior à produção e distribuição da vacina preventiva realizada em parte pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no mundo inteiro.
Com 253 casos confirmados e 21 mortes registradas até 29 de maio deste ano, o Brasil lida com pequenos surtos localizados. Enquanto Estados como Goiás, Santa Catarina e São Paulo lideram o ranking em número de óbitos – com quatro vítimas fatais os dois primeiros, e cinco o último-, nesta semana, o Rio Grande do Sul teve sua primeira ocorrência: uma mulher de 34 anos moradora de São Miguel das Missões. A morte, que ainda nem foi informada formalmente a pasta e, por isso, não consta no levantamento geral, configura o quadro relatado por Barbosa. “O que o H1N1 pode provocar hoje em dia são só esses surtos localizados, que podem ocorrer em qualquer época do ano. E, diante desses surtos, o importante é identificar rápido, e tratar com oseltamivir.”
O medicamento citado pelo secretário é o mesmo usado desde 2009. Em junho do ano passado, o Ministério da Saúde ampliou seu uso para casos em que não há confirmação laboratorial, mas o paciente apresenta os sintomas da gripe A – febre, tosse, cansaço e dores de garganta e cabeça. “O uso do oseltamivir nas primeiras 48 horas, depois dos primeiros sintomas, aumenta muito a eficácia dele”, argumentou Barbosa. No entanto, o secretário ressalta que o período é só para maior aproveitamento, e não é restritivo. “Não é que a pessoa só pode usar nas primeiras 48 horas, esse é um entendimento equivocado. No Brasil, existem alguns mitos sobre o oseltamivir que a gente está procurando esclarecer para poder fazer bom uso dele.”
Ele falou ainda que outro entendimento errado é o de que grávidas não possam ingerir o medicamento. “Está absolutamente comprovado, pelo uso no mundo inteiro em milhões de mulheres grávidas, que não tem qualquer efeito danoso nem para a gestante nem para o feto.” O terceiro mito, classificado pelo secretário como “bobagem”, é o de que o uso do remédio aumentaria a resistência do vírus. “Você tem que usar com racionalidade, mas o medicamento existe para você usar.”
De acordo com Barbosa, uma nova pandemia é improvável porque a população apresenta anticorpos necessários contra o vírus – que não sofreu mais nenhuma modificação desde que foi detectado, seja adquirido naturalmente ou pela vacina. “Ele continua a circular, logicamente, com um risco muito menor, porque, diferente de 2009, muito gente agora já teve contato com o H1N1, alguns sem nem saber. Então, hoje em dia, quando ele circula, ele circula de maneira localizada.”
A vacina
A partir de unidades sentinelas instaladas no Brasil inteiro, o ministério monitora anualmente os vírus que mais circularam. Esse relatório, também realizado em outros países, é enviado para a OMS, que escolhe os três tipos mais recorrentes e perigosos do mundo para fazer parte da vacina que será aplicada no ano seguinte. “Em outubro, esses vírus são distribuídos para os produtores, e aí começa uma corrida contra o tempo. Eles têm que testar, passar pelas autoridades sanitárias e entregar para os ministérios da saúde até março e abril. Aí os países fazem a vacinação entre abril e maio”, explicou Barbosa.
Números
O Ministério da Saúde admite que é difícil precisar com exatidão os números anuais de contaminação e mortes em todo o País, já nem todas as regiões conseguem obter um levantamento completo. No entanto, de acordo com os dados oficiais, a ocorrência da doença é decrescente desde 2009, quando contaminou 50.482 cidadãos e matou 2.060. Em 2010, o número de pacientes diagnosticados com o vírus H1N1 e reportados à pasta caiu para 973 e, em 2011, para 181. Sobre os dados de mortes, o ano de 2010 registrou 113 e o ano seguinte 27.
Contágio e precauções
Como o contágio se dá como em uma gripe comum – por espirro, tosse ou após o contato com a secreção respiratória de uma pessoa infectada – os cuidados com a higiene pessoal são imprescindíveis para a não proliferação. Entre as precauções estão: lavar as mãos com água e sabão depois de tossir ou espirrar, depois de usar o banheiro, antes de comer e antes de tocar os olhos, boca e nariz; evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies; e usar lenço de papel descartável para proteger a boca e nariz ao tossir ou espirrar.
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