O Ministério da Saúde informou que vai ampliar a indicação do uso de antirretrovirais no Brasil. A partir de agora, o tratamento poderá ser aplicado a todos os pacientes com contagem de linfócitos CD4 (células de defesa do organismo que indicam o funcionamento do sistema imunológico) menor ou igual a 500 células/mm³. Até então, o parâmetro para o início do tratamento era menor ou igual a 350 células/mm³.

O objetivo, de acordo com a pasta, é reduzir a ocorrência de infecções associadas à aids, também conhecidas como infecções oportunistas, além de minimizar a transmissão do vírus HIV. A expectativa é atender cerca de 35 mil pessoas que não faziam uso dos medicamentos.

Também haverá indicação de terapia antirretroviral para pacientes com contagem de linfócitos acima de 500 células/mm³ em casos específicos, como coinfecção por hepatite B, doença cardiovascular ou renal atribuída ao HIV e tumores.

O governo anunciou ainda a possibilidade de antecipação do início do tratamento antirretroviral para evitar a transmissão entre parceiros sexuais fixos sorodiscordantes (quando um é soropositivo e o outro não).

O investimento estimado para inclusão dos novos grupos de pacientes é de aproximadamente R$ 120 milhões ao ano.

Entre as estratégias de enfrentamento à aids no Brasil, o ministério informou que vai ampliar a testagem rápida por meio de serviços móveis. Estados e municípios, a partir de agora, vão poder comprar trailers com parte dos recursos repassados para o programa de combate à doença.

O teste rápido, de acordo com a pasta, exige apenas uma gota de sangue e fica pronto em cerca de 30 minutos. A entrega do resultado é sigilosa. Se o resultado for positivo, a pessoa é encaminhada para tratamento em serviços de referência.