O São Paulo adota a cautela para tratar da contratação de Paulo Henrique Ganso. Os dirigentes são-paulinos têm receio de uma reviravolta por parte do Santos e aguardam a assinatura contratual do meia na segunda-feira com ansiedade. O acerto foi assegurado verbalmente, mas a ordem no clube do Morumbi é evitar a confirmação.

“Nós estamos confiantes, as negociações evoluíram bem, mas precisamos colocar tudo no papel antes de falar alguma coisa. Respeitamos o Santos, e foram boas as tratativas. Agora é consolidar isso no começo da semana”, afirmou Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, vice-presidente do São Paulo, na chegada do elenco no Morumbi, palco da partida contra a Portuguesa, neste sábado, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.

O São Paulo já recebeu a informação da DIS, grupo de investidores detentor de 55% dos direitos do camisa 10, de que o jogador optou pela transferência para a equipe da capital paulista. O acerto com o Santos foi assegurado após comprometimento de depositar R$ 23 milhões, referentes aos 45% de Ganso pertencentes ao clube alvinegro, na segunda.

“São valores trabalhados em cima de um jogador de seleção, jovem, e de qualidade técnica indiscutível. Vamos esperar”, voltou a frisar Leco.

Ganso segue afastado dos gramados por lesão na coxa esquerda divulgada pelo clube no último dia 31 de agosto, data da última proposta de renovação do Santos ao meia.

De camisa 10 ideal a meia contestado

Ganso, revelado nas categorias de base do Santos, começou no clube em 2008, junto a Neymar, a maior estrela do time na atualidade. Desde que chegou ao time profissional, a carreira de Ganso se revezou em sobes e desces. Nos primeiros anos, o jogador conquistou críticos e torcedores não apenas por ser uma das maiores promessas do futebol do Brasil, mas por ter surgido como protótipo do camisa 10 criativo e pensador, em falta nos últimos anos.

A trajetória de Ganso – que parecia traçar uma ascensão meteórica rumo ao estrelato nos principais gramados do mundo – teve, porém, um baque grande em 2010. No meio daquela temporada, o jogador sofreu grave lesão no ligamento cruzado de seu joelho.

A lesão deixou Ganso fora dos gramados por seis meses e comprometeu a sequência da carreira no Santos do jogador, que não conseguiu manter o nível de seu futebol e perdeu prestígio com a torcida.

A volta ao clube veio durante a Copa Libertadores de 2011, mas nem a conquista do título continental fez com que o meia retornasse a seus melhores dias no Santos. À sombra de Neymar, que se consolidava como grande ídolo e craque do Brasil, Ganso perdeu espaço na mídia e também na Seleção Brasileira. De camisa 10 incontestável, o jogador passou a opção para o meio-campo.

No time olímpico de Mano Menezes, que ficou com a prata na Olimpíada de Londres, o meia Oscar, do Internacional, vestiu a camisa 10 da equipe, a qual, há poucos anos, era reservada para o jogador santista.

Logo após a Olimpíada, intensificaram-se os boatos sobre uma possível saída do Santos. E o destino mais provável para Ganso se tornou o São Paulo, que quis buscar na Vila Belmiro um substituto à altura para Lucas, negociado com o Paris Saint-Germain, e fez duas propostas (ambas recusadas pelo rival). O meia tem contrato com a equipe praiana até fevereiro de 2015.