Santa Casa volta a transplantar coração e traz esperança a doentes e familiares
O transplante de coração que há dois anos estava parado volta a ser feito na capital a partir deste ano. A notícia tem sido recebida com alegria por aqueles que esperam pela cirurgia.
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O transplante de coração que há dois anos estava parado volta a ser feito na capital a partir deste ano. A notícia tem sido recebida com alegria por aqueles que esperam pela cirurgia.
“Nossa, é uma benção de Deus. É a melhor notícia para alguém que espera por um transplante poderia ter em 2012”, disse Cleonice da Silva Brunetto, 42 anos, técnica em enfermagem, sobre o retorno dos transplantes de coração na Santa Casa de Campo Grande.
O transplante de coração que há dois anos estava parado volta a ser feito na capital a partir deste ano. A notícia tem sido recebida com alegria por aqueles que esperam pela cirurgia.
Cleonice e o marido, Adair Brunetto, 43 anos, militar do exército, contam que estão felizes em saber que agora poderão entrar na fila de transplante aqui no estado. “Antes estávamos indo para Curitiba, fazendo o tratamento lá para poder fazer o transplante. Mas é tudo mais difícil. O deslocamento é cansativo, desgastante. Precisa ir para um lado, para outro. É tudo mais complicado”, explica Adair.
“Além disso, aqui estamos perto da família. Caso surja um coração e os médicos indiquem que eu faça o transplante estou perto daqueles que amo, que confio. Perto da minha família”, completa Cleonice.
A técnica em enfermagem que leva uma vida bastante regrada por causa da ICC (Insuficiência Cardíaca Congestiva) conta que descobriu a doença cedo e em 1993 colocou um marcapasso. De lá até 2005 viveu normalmente, inclusive conseguiu engravidar e ter o primeiro filho biológico, após os médicos dizerem que não poderia realizar este sonho.
Entretanto em outubro de 2005 começou a sentir muito cansaço e já não conseguia mais trabalhar. Foi quando procurou outro médico e descobriu que estava com arritmia cardíaca. De lá para cá vem em constante tratamento, no total chega a tomar cerca de dez comprimidos diários. A dieta também é rigorosa, esforço físico nem pensar.
“Sempre gostei muito de caminhar, fazer exercícios, mas não posso. Tenho apenas 50% do coração funcionando”, conta Cleonice que espera por um coração.
O CET
A coordenadora da CET (Central Estadual de Transplante), Claire Carmem Miozzo, explica que há dois anos a Santa Casa não renovava a autorização de transplante junto ao Sistema Nacional de Transplante, vinculado ao Ministério da Saúde, e agora com a renovação eles esperam trabalhar ainda mais e levar vida às pessoas.
“Já conquistamos muitas coisas, muitos parceiros. A fila para córnea praticamente zerou. As famílias têm mais conhecimento. Tudo é mais transparente”, explica Claire.
Segundo a coordenadora, nesses dez anos que está a frente do CET, uma das maiores conquistas que ela vê é a informação que a pessoas têm a respeito dos transplantes. Claire lembra que antes as pessoas sabiam pouco e por isso tinham receio de doar, agora é mais fácil. Entretanto, a coordenadora lembra que é fundamental as pessoas dizerem aos familiares a vontade de doarem os órgãos, pois somente a família pode autorizar a doação.
Atualmente, a fila em Mato Grosso do Sul é de nove pessoas para transplante de coração, 23 para córnea, 352 para rim e cinco para ossos. O único local habilitado para fazer os quatro tipos de transplante no estado é a Santa Casa de Campo Grande. Depois mais um hospital e cinco clínicas que atendem particular e por convênio são habilitadas para o transplante de córnea.
País
Em setembro do ano passado, o governo federal anunciou que vai aumentar o investimento na área de transplantes em relação ao ano anterior, que ficou em R$ 2 bilhões, para isso lançou a campanha “Seja um doador de órgãos, seja um doador de vidas”.
O número de pessoas aguardando por um transplante no país chega a 36 mil. Em 2010, foram realizados 21 mil transplantes, sendo a maior parte de córnea. A boa notícia é que o número de transplantes está em crescimento, tendo registrado 14% a mais em 2010 em relação a 2009. O Brasil ocupa a terceira posição mundial no número de transplantes.
Na última década, o Brasil triplicou o número de doadores, passando de 3 mil por milhão de pessoas para 10 mil doadores por milhão. A meta é chegar a 2015 com 15 mil doadores por milhão de habitantes.
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