Réu afirma em julgamento que crime foi motivado por abuso sexual de sobrinhos

Acontece nesta sexta-feira (4) no Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, o julgamento de Ronaldo Lima Pino, acusado de matar com cinco tiros Enéas Fernandes Paredes, em agosto de 2008, no bairro Tijuca II, na Capital. Pino relatou ao juiz titular da 2ª vara, no Tribunal do Juri, Aluizio Pereira dos Santos, que teria matado Enéas […]

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Acontece nesta sexta-feira (4) no Tribunal do Júri, no Fórum de Campo Grande, o julgamento de Ronaldo Lima Pino, acusado de matar com cinco tiros Enéas Fernandes Paredes, em agosto de 2008, no bairro Tijuca II, na Capital.

Pino relatou ao juiz titular da 2ª vara, no Tribunal do Juri, Aluizio Pereira dos Santos, que teria matado Enéas porque seu sobrinho estaria sendo molestado.

Segundo o réu, na época do crime ele morava com sua mãe, porém sua irmã, que é divorciada morava com os quatro filhos na casa ao lado.

O réu declarou que trabalhava o dia inteiro e ajudava a irmã a sustentar as crianças. A irmã de Pino também trabalhava fora e um vizinho, identificado como Odilon, que tinha 17 anos na época, era quem cuidava temporariamente das crianças.

De acordo com o réu, na noite do crime ele chegou em sua casa e encontrou a irmã e os sobrinhos chorando em frente de casa. O sobrinho mais velho, com 7 anos na época, contou que o Odilon teria pedido para pegar em seu pênis e o teria molestado, chegando a passar esperma no rosto do menino.

Pino então foi tirar satisfação com a mãe de Odilon que alegou não saber de nada. Ao sair da casa, o réu avistou o rapaz e a irmã na esquina e foi falar com eles, chamando-o de estuprador.

O réu apontou uma arma para o rapaz e disse que iria chamar a polícia. Nisso, Enéas, que é irmão de Odilon chegou e disse que iria pegar os sobrinhos do réu para que ele soltasse o jovem.

Com o movimento de Enéas, Pino disparou contra ele, que acabou morrendo. O julgamento não tem previsão de término.

O crime

Na noite do dia 18 de agosto de 2008, no bairro Tijuca II em Campo Grande, o denunciado disparou cinco tiros contra Enéas Fernandes Paredes, causando-lhe a morte, conforme apontou o laudo de exame de corpo de delito.

Segundo a denúncia, Pino teria agido por motivo fútil, pois atirou na vítima apenas porque ele tentou por fim em uma discussão que envolvia o réu e outras duas pessoas.

Além disso, momentos antes do homicídio, o denunciado teria privado a liberdade das duas pessoas que estavam na discussão, mantendo as mesmas em cárcere privado, fato este que teria ocasionado a discussão entre o acusado e a vítima.

Tendo em vista tais fatos, o MPE pediu a condenação o réu, sendo preso preventivamente em 15 de julho de 2011, por receber a denúncia e não ter sido localizado pelo Oficial de Justiça.

Insatisfeito, ele entrou com um pedido de Habeas Corpus, negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). Assim, o acusado pediu a exclusão do motivo fútil, alegando que não há desproporção entre motivação e resultado e sim uma reação imediata do acusado, pois uma das vítimas que estava em cárcere privado abusava sexualmente de seu sobrinho.

O juiz titular da 2ª Vara do tribunal do Júri, Aluizio Pereira dos Santos, explicou que o argumento defensivo de que não há desproporção entre motivação e o resultado é questão que cabe ao Conselho de Sentença decidir e concluiu que “o acusado deve permanecer preso, já que os elementos que justificaram o decreto de sua prisão preventiva mantêm-se até o momento”.

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