O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB), terceiro mais votado na eleição para a Prefeitura de Campo Grande, declarou na tarde desta quinta-feira (25) que achou estranha a censura à divulgação no Midiamax do vídeo onde o ex-deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) fala sobre as práticas políticas que o governador André Puccinelli (PMDB) se utiliza para vencer disputas eleitorais.

Reinaldo ressalta que o vídeo é verídico e foi gravado na Câmara Federal, em uma comissão em que o deputado fazia parte. “O vídeo foi gravado na comissão da Câmara Federal. Não é montagem e expressa o pensamento que o Dagoberto tem do governador. Embora queira dizer o contrário hoje, esse era o pensamento dele”.

O deputado lembra que além do vídeo, inúmeros discursos feitos quando Dagoberto era candidato ao Senado Federal em 2010 explicam o pensamento dele sobre Puccinelli. Ele deixa claro não quer questionar a decisão judicial, mas lembra que vídeos claramente editados, que não precisa nem de perito para ver que é falso, não são censurados.

Nesta quarta-feira (24) o juiz da 53ª zona eleitoral, Alexandre Corrêa Leite, acolheu a representação da coligação “Mais Trabalho por Campo Grande”, comandada por Edson Giroto (PMDB), e censurou a divulgação de vídeo. O Midiamax foi notificado da decisão às 11h49 desta quinta-feira, com a concessão de três horas para suprimir a publicação da notícia intitulada: “Dagoberto alertou que Puccinelli faria qualquer coisa para derrubar seus adversários políticos”.

O diretor-sócio do Midiamax, Carlos Eduardo Naegele, adiantou que já encaminhou a notificação aos advogados para recorrer da decisão com o intuito de assegurar ao leitor o acesso à informação de um fato real e verdadeiro. O vídeo exibe depoimento de Dagoberto em audiência na Comissão de Participação Legislativa da Câmara dos Deputados sobre a Operação Vintém.

Para Naegele o tema é atual levando em consideração uma série de panfletos apócrifos e de vídeos com ataques ao candidato Alcides Bernal (PP) na campanha rumo à Prefeitura de Campo Grande em 2012. Ele lembra que os fatos são próximos à suposta armação para prejudicar a reeleição do então deputado estadual Semy Ferraz, nas eleições de 2010.