Região do Pantanal está à margem do desenvolvimento, afirma Felipe Orro

Os municípios localizados na Região do Pantanal, sobretudo Aquidauana, Anastácio e Miranda, estão à margem do processo de desenvolvimento que se implantou no Estado nos últimos anos. A constatação é do deputado estadual Felipe Orro (PDT), apontando números oficiais que provam a estagnação e até retração da economia em Aquidauana e Anastácio na última década. […]

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Os municípios localizados na Região do Pantanal, sobretudo Aquidauana, Anastácio e Miranda, estão à margem do processo de desenvolvimento que se implantou no Estado nos últimos anos. A constatação é do deputado estadual Felipe Orro (PDT), apontando números oficiais que provam a estagnação e até retração da economia em Aquidauana e Anastácio na última década.

“O Pantanal, pela peculiaridade do bioma, é restrito quanto a atividades econômicas. Por outro lado, as cidades pantaneiras, estabelecidas na beira de rios, apresentam problemas idênticos de infraestrutura, saneamento precário, população ribeirinha à mercê das cheias e sobrevivendo basicamente da pesca. Sem um programa específico para atacar esses problemas e em outra vertente, potencializar a vocação econômica, diversificar a geração de renda e emprego, o quadro que temos é de atraso”, disse Felipe Orro, em palestra para acadêmicos do curso de Geografia do campus da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) em Aquidauana, nesta quarta-feira (30).

Com o auditório lotado por acadêmicos e professores, Felipe Orro falou por quase duas horas e respondeu a várias perguntas. A palestra se ateve a um diagnóstico econômico dos municípios de Aquidauana e Anastácio, que estão baseados na Região do Pantanal, conforme o Plano de Desenvolvimento Regional elaborado pelo governo do Estado, o PDR-2030. Segundo apurou o deputado, não há nenhum programa de fomento ao desenvolvimento econômico e social para a região. Ao contrário de outras regiões do Estado, que contam com incentivos fiscais para a industrialização, o incremento da produção agrícola e investimentos maciços em infraestrutura.

Os números mostram que houve, inclusive, retração nas populações de Anastácio e Aquidauana apurado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em 2006 Aquidauana tinha 46.469 habitantes, no Censo de 2010 encolheu para 45.614. Na mesma época, Anastácio viu sua população retrair de 24.352 para 23.835. Mas é na economia que reside a maior preocupação. A arrecadação própria de Aquidauana (IPTU, ISS, taxas), que em 2009 beirou R$ 11 milhões, caiu para pouco mais de R$ 7,4 milhões em 2010. Em Anastácio a crise se configura na Agropecuária. A receita de ICMS do setor caiu de quase R$ 5 milhões em 2007 para apenas R$ 73 mil em 2010.

“O fechamento do frigorífico, que empregava 900 pessoas e tinha capacidade de abate de mil cabeças ao dia, foi um duro golpe na economia de Anastácio e também de Aquidauana. Por isso eu não poupo esforços no sentido de encontrar uma solução para reabrir o frigorífico. Temos que nos unir nesse objetivo”, apontou Felipe Orro.

Por fim, o parlamentar apresentou o projeto de pavimentação da BR-419 – que em 220 quilômetros de extensão liga Aquidauana e Anastácio a Rio Verde, na BR-163 – como principal ação de um conjunto visando incrementar a atividade turística na região. “Aquidauana será eixo rodoviário, como é Campo Grande. Duas importantes rodovias, a BR-262, de Leste a Oeste, e a BR-419, de Norte a Sul, vão se cruzar na cidade. Será um novo começo, de boas perspectivas”, acredita.

A BR-419 será uma rota alternativa para o escoamento da produção agrícola de Mato Grosso e do Norte de Mato Grosso do Sul, por via fluvial, com embarque nos portos de Porto Murtinho ou Ladário. Além disso, a rodovia corta uma belíssima região, que separa o Alto do Baixo Pantanal, bastante povoada e com inúmeras pousadas. A pavimentação deve incrementar a atividade turística. “Temos que estar preparados para ocupar esses espaços. Também temos que nos preocupar com a preservação do meio ambiente, pois é nossa principal riqueza. Por isso o projeto de pavimentação da BR-419 tem que ser diferenciado.”

O governo do Estado já licitou uma empresa para elaborar o projeto executivo da pavimentação da BR-419. A contratação da obra, inclusive, chegou a ser anunciada pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes), mas foi cancelada após a troca de titularidade na Superintendência de Mato Grosso do Sul. Entretanto, a bancada federal alocou R$ 25 milhões no Orçamento da União deste ano para início da pavimentação da rodovia. “O governador me garantiu que até 2014 começa o asfalto. Eu acredito que seja possível. Depois de começado, é pressionar de todas as formas para concluir a obra”, concluiu.

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