Queda dos juros ainda não refletiu no crédito para automóveis, segundo Anfavea
A queda dos juros bancários para o financiamento de carros não trouxe nenhum reflexo às vendas do setor , pelo menos até o final de abril, de acordo com comunicado da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), tanto que as vendas de automóveis caíram 13,82% no mês passado, em relação a março, e […]
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A queda dos juros bancários para o financiamento de carros não trouxe nenhum reflexo às vendas do setor , pelo menos até o final de abril, de acordo com comunicado da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), tanto que as vendas de automóveis caíram 13,82% no mês passado, em relação a março, e 12,27% comparado a abril de 2011. A queda de juros também não refletiu em uma maior flexibilidade na concessão de crédito bancário para o financiamento de veículos.
De janeiro a abril houve retração de 3,4% nas vendas e os pátios das montadoras e das revendas contavam 366,5 mil carros no último dia de abril. Reflexo da rigidez bancária na concessão de crédito, o que deprime o nível de compras, segundo a Anfavea. Principalmente quando se considera que aproximadamente 60% das vendas de automóveis são realizadas mediante financiamento, acrescenta o comunicado.
Parte da redução de crédito pode ser atribuída ao aumento da inadimplência, o que deixa os bancos mais cautelosos, segundo o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro. Ele diz que muita gente se empolgou com a oferta recente de crédito e perdeu o controle dos gastos e grande quantidade de consumidores já atingiu o limite.
Pelos seus cálculos, os brasileiros apresentam hoje um comprometimento de renda de 22% – bem acima, por exemplo, dos 16% dos americanos, o que significa que o crédito está mais barato, mas quem gastou mais do que devia não pode agora se beneficiar. Estatística da Serasa revela que 90 milhões de brasileiros foram consultados, em 2011, para a realização de 350 milhões de negócios e 22,4 milhões de pessoas entraram na base de inadimplentes.
Isso explica em parte a constatação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que o crédito no país tem crescido em ritmo mais lento do que o esperado. Em seminário esta semana, no Rio de Janeiro, sobre metas de inflação, ele manifestou que as instituições estão “excessivamente severas” no processo de concessão de crédito, mas confia em que a melhoria do cenário econômico, a partir de agora, possibilite uma evolução do crédito, neste ano, em torno de 15%.
Sobre as preocupações do setor automobilístico, especificamente, Tombini enfatizou que a concessão de crédito para financiamento de veículos deve voltar a crescer no futuro, uma vez que a inadimplência, que tem limitado o crédito para vendas do setor, tende a se estabilizar com o maior crescimento da economia, no meio do ano, e recuar nos meses seguintes. Ele até usou um jargão do setor ao dizer que a economia vai “pegar tração” ao longo do ano.
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