Depois de atingir em 2008 a 7ª posição entre os municípios mais desenvolvidos de Mato Grosso do Sul, Sidrolândia despencou 19 posições agora está em 26ª lugar, sendo superada por cidades vizinhas do mesmo porte, como Maracaju, Rio Brilhante e Nova Alvorada do Sul.

É o que mostra pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (FIRJAN) que anualmente divulga a evolução socioeconômica dos 5.565 municípios brasileiros, sintetizada no Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal (IFDM) que chega em sua quinta edição, agora com dados de 2010.

O índice varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento da localidade. Além disso, sua metodologia possibilita determinar, com precisão, se a melhora relativa ocorrida em determinado município decorre da adoção de políticas específicas ou se o resultado obtido é apenas reflexo da queda dos demais municípios. O IFDM de Sidrolândia caiu 7,92%, de 0,7343 para 0,6804, o que indica um desenvolvimento moderado.

Esta retração é o reflexo do mau desempenho da vertente emprego e renda, que caiu 37%, de 0,6050 para 0,3917. Neste mesmo quesito, Rio Brilhante, que pulou de 13° para a 4ª posição no ranking estadual, cresceu 40,44%, passando de 0,49980 para 0,6994. Maracaju, que passou da 43ª posição para a 16ª colocada, cresceu 41%, de 0,4985 para 0,7057.

Ao contrário destas cidades, Sidrolândia passou por um processo acelerado de crescimento demográfico (em 10 anos passou de 23 para 45 mil habitantes), que não foi acompanhada de investimentos que gerasse emprego e renda para absorver esta população.

O atual parque industrial (que absorve em torno de 3,5 mil trabalhadores) se mantém inalterado há mais de uma década. Tanto que nos quatro anos, foram geradas só 423 novos empregos, menos por exemplo, que em Nova Alvorada do Sul (479) que é uma cidade com metade da população sidrolandense.

Nova Alvorada do Sul, Rio Brilhante e Maracaju receberam grandes investimentos no setor sucro-alcooleiro com a chegada de novas usinas. Os projetos anunciados para Sidrolândia não saíram do papel. Neste ano a cidade conseguiu atrair sua primeira indústria para esmagamento de soja, que deve gerar 300 empregos diretos quando tiver funcionando a plena carga.

Outro fator limitante é que a cidade recebeu 24 assentados, com aproximadamente 5 mil familiares, ocupando 80 mil hectares, que não atingiram o estágio de auto-sustentação econômica plena. Predomina a cultura de subsistência, com a renda dos agricultores complementada por aposentadorias e programas sociais, como o bolsa família e o vale-renda. Aumentaram os encargos com saúde, educação, manutenção das estradas, sem uma contrapartida de crescimento da produção.

Nos outros quesitos (saúde e educação) Sidrolândia apresentou bons indicadores: na educação cresceu 26,97% (de 0,5749 para 0,7299) e 26,15% na saúde (de 0,7266 para 0,9197).

O que é o IFDM?

Mato Grosso do Sul tem 68 de seus 78 municípios com desenvolvimento moderado. No estado, apenas duas cidades registraram alto grau de desenvolvimento: Campo Grande e Dourados. Com periodicidade anual, recorte municipal e abrangência nacional, o IFDM considera três áreas de desenvolvimento – Emprego & Renda,

Educação e Saúde – e utiliza-se de estatísticas oficiais divulgadas pelos Ministérios do Trabalho, Educação e Saúde. Em 2012, os dados oficiais mais recentes disponíveis são de 2010, o que possibilitou uma análise detalhada das transformações sociais que marcaram o Brasil na primeira década dos anos 2000.

O estudo começou em 2008, comparando os anos de 2005 e 2000, e permite determinar com precisão se a melhora ocorrida em determinado município foi decorrente de medidas políticas ou apenas reflexas da queda de outro município. O índice varia de 0 (mínimo) a 1 ponto (máximo) para classificar o nível de cada localidade em quatro categorias: baixo (de 0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (de 0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento.