PT traz à Capital renomado cientista político para discutir estratégias de campanha

Alberto Carlos Almeida, sociólogo e cientista político, autor dos livros ‘A Cabeça do Brasileiro’ e ‘A Cabeça do Eleitor’, estará neste sábado (10) em Campo Grande para discutir estratégia de campanha do deputado federal Vander Loubet, pré-candidato do PT a prefeito da Capital. Ao lançar o livro, ‘A Cabeça do Brasileiro’, no qual defendia que […]

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Alberto Carlos Almeida, sociólogo e cientista político, autor dos livros ‘A Cabeça do Brasileiro’ e ‘A Cabeça do Eleitor’, estará neste sábado (10) em Campo Grande para discutir estratégia de campanha do deputado federal Vander Loubet, pré-candidato do PT a prefeito da Capital.

Ao lançar o livro, ‘A Cabeça do Brasileiro’, no qual defendia que a elite brasileira é menos preconceituosa, menos estatizante e tem valores sociais mais sólidos do que a parcela formada pelos brasileiros menos escolarizados, o cientista político causou muita polêmica. Agora, com seu novo livro, ‘A Cabeça do Eleitor’, que será lançado na próxima semana, o sociólogo se arrisca a provocar ainda mais o que falar.

Com base na análise de 150 eleições – municipais, estaduais e presidenciais –, Almeida analisa a lógica que orienta a escolha de um candidato por parte do eleitor brasileiro. E chega à conclusão de que essa lógica é bem mais simples do que se poderia supor: o brasileiro vota a favor do governo ou do candidato do governo se considera que sua vida está boa ou melhorou. E vota no candidato da oposição se considera que ela está ruim ou piorou.

Corrupção não conta

Questões como ética, corrupção, separação entre o público e o privado não entram nessa conta. “O eleitorado, sobretudo o de baixa renda, vota em função de suas necessidades imediatas e da satisfação dessas necessidades”, concorda o sociólogo Demétrio Magnoli.

No livro, Almeida enumera os cinco fatores que, segundo ele, compõem a lógica “simples, direta e pragmática” que orienta o voto do eleitor brasileiro. O primeiro deles, e, de longe, o mais importante, é aquele que o autor chama de “avaliação do governo”.

O livro mostra que, em todas as eleições presidenciais realizadas no Brasil após o regime militar, os índices de avaliação do governo – tanto positivos quanto negativos – tiveram relação direta com o resultado do pleito. “No caso de governos bem avaliados, o que ocorre é que o eleitor, satisfeito com a gestão em curso, não quer correr riscos”, explica Almeida. “Assim, tende a votar no candidato do governo ou no nome que disputa a reeleição.”

O contrário é igualmente verdadeiro, como mostram alguns dos resultados eleitorais que o sociólogo analisa. Em setembro de 1989, por exemplo, às vésperas da eleição que escolheria o sucessor de José Sarney, apenas 5% da população considerava seu governo ótimo ou bom. Resultado: os candidatos que chegaram ao segundo turno (Fernando Collor e Lula) eram de oposição.

Numa situação em que a maioria da população avalia mal a administração em curso, portanto, é muito mais provável que vença o candidato que se colocou claramente na oposição do que aquele que ficou “sem identidade”, ou em cima do muro.

(Com assessoria)

Conteúdos relacionados