Professores e estudantes saem hoje às ruas para protestar contra a falta de estrutura na universidade

Aulas e atividades administrativas estão suspensas hoje nas 15 cidades do Estado onde a Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) tem campus. A paralisação agendada desde a semana passada mobiliza professores, estudantes e técnicos administrativos e promete ‘barulho.’ Em Dourados, sede da universidade, os manifestantes sairão às 8h do campus com destinado à praça Antonio João. Antes disso, eles vão marchar pela Avenida Marcelino Pires, do antigo colégio Objetivo até o cruzamento da rua Hayel Bon Faker.

A paralisação de hoje faz parte da programação de protestos da UEMS que teve início há duas semanas. Os manifestantes liderados pela Associação dos Docentes (Aduems) cobra do governo mais investimentos nas 15 unidades da Uems no estado. Reivindicam também propostas para o Plano de Cargo e Carreiras (PCC) e negociação do orçamento da universidade. Esta semana a Aduems fez uma espécie de raio X de todas as unidades. Um dos campus que muito sofre com a falta de estrutura é o de Glória de Dourados. Os cursos tecnológicos de Agroecologia e de Produção Sucroalcooleira não têm laboratórios e emperra o ensino prático dos acadêmicos. Esse mesmo problema também se repete nos demais campus do Estado. A falta de laboratórios e de acervo na biblioteca são os principais problemas.

Em Dourados, a situação é crítica com os cursos de tecnologia, como Ciência da Computação e Sistema de Informação, bem como com as engenharias Ambiental e Física e de Química Industrial. Nenhum deles têm laboratório próprio e parte das atividades práticas são desenvolvidas em laboratórios da UFGD, universidade que segundo os professores e estudantes “carrega a UEMS nas costas”, pelo menos em Dourados. Já em Campo Grande, a UEMS até hoje não tem sede própria e as aulas são distribuidas em escolas da cidade.

Protesto

Ontem pela manhã cerca de 30 estudantes estiveram na Câmara Municipal de Dourados. Eles acompanharam a sessão extraordinária e pediram intervenção dos vereadores. A pauta da Câmara que discutiria assuntos de pouca relevância foi alterada e em seus discursos, os vereadores se mostraram solidários ao manifesto.

O professor Wilson Brum, presidente da Aduems, diz que o movimento de hoje será realizado em grande parte dos campus. Em Dourados, por exemplo, os manifestantes se reunirão às 7h30 na UEMS com destino até a antiga unidade do colégio Objetivo, na Avenida Marcelino Pires. De lá sairão em marcha, com faixas, cartazes e rosto pintado até a avenida Hayel Bon Faker, num percurso de cerca de um quilômetro. Os manifestantes farão o contorno pela outra pista da Avenida Marcelino Pires e retornarão até a praça Antonio João, local onde haverá concentração até o final da manhã.

De acordo com Wilson, o manifesto conta com a adesão de técnicos administrativos, além de estudantes e professores. “Durante assembleia, anteontem, os técnicos decidiram aderir ao movimento que cobra mais estrutura na UEMS. Somos uma categoria fortalecida e vamos cobrar nossos direitos”, finaliza o presidente da Aduems.