Produção industrial cresce 1,5% em agosto
No acumulado dos oito meses de 2012, houve recuo de 3,4% frente a igual período de 2011
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No acumulado dos oito meses de 2012, houve recuo de 3,4% frente a igual período de 2011
Em agosto de 2012, a produção industrial cresceu 1,5% frente ao mês imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal. O crescimento é o maior desde maio de 2011, quando ficou em 1,6%. Foi também o terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesse período crescimento de 2,3%. As informações são do IBGE.
Em relação a igual mês do ano passado, a indústria apontou queda de 2,0%, décima segunda taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação, mas a menos intensa desde dezembro último (-1,3%). No índice acumulado nos oito meses de 2012, observou-se recuo de 3,4% frente a igual período do ano anterior.
A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao recuar 2,9% em agosto de 2012, prosseguiu com a trajetória descendente iniciada em outubro de 2010 (11,8%) e assinalou o resultado negativo mais intenso desde janeiro de 2010 (-5,0%).
Em agosto, 20 dos 27 ramos apontam avanço na produção
O avanço de 1,5% observado no total da indústria entre julho e agosto teve perfil generalizado de crescimento, alcançando a maioria (20) dos 27 ramos investigados, com destaque para o setor de veículos automotores (3,3%), impulsionado, sobretudo, pelo aumento na produção de automóveis. Vale ressaltar que essa atividade assinalou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando nesse período expansão de 9,3%.
Outras contribuições positivas relevantes sobre o total da indústria vieram de alimentos (2,1%), fumo (35,0%), refino de petróleo e produção de álcool (2,5%), outros produtos químicos (1,9%), farmacêutica (3,1%) e material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (5,9%). Vale destacar que, com exceção das duas últimas atividades, que mostraram taxas negativas no mês anterior, os demais setores já haviam apontado resultados positivos em julho último: 2,4%, 8,1%, 0,7% e 2,0%, respectivamente. Por outro lado, entre os ramos que recuaram a produção, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por máquinas e equipamentos (-2,6%), que eliminou parte da expansão de 5,0% acumulada no período de julho/março de 2012.
Entre as categorias de uso, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis (2,6%) apontou o avanço mais acentuado em agosto de 2012, terceiro resultado positivo consecutivo nesse tipo de confronto, acumulando nesse período expansão de 9,4%. Os segmentos de bens intermediários (2,0%) e de bens de consumo semi e não duráveis (1,2%) também assinalaram taxas positivas nesse mês, com o primeiro aumentando a intensidade do crescimento após mostrar avanço de 0,8% em julho último, e o segundo revertendo a variação negativa de 0,3% observada no mês anterior. O setor produtor de bens de capitalregistrou acréscimo de 0,3% em agosto, terceiro mês seguido de expansão na produção, acumulando nesse período ganho de 2,5%.
Média móvel trimestral cresce 0,8%
Na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria mostrou crescimento de 0,8% no trimestre encerrado em agosto frente ao nível do mês anterior, e interrompeu o comportamento predominantemente negativo observado desde agosto de 2011. Vale destacar que o resultado positivo desse mês foi o mais intenso desde abril de 2010 (1,2%).
Entre as categorias de uso, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (3,0%) assinalou a expansão mais intensa e acelerou o ritmo frente aos índices de maio (0,3%), junho (0,9%) e julho (1,5%). O setor produtor de bens de consumo semi e não duráveis (0,9%) também apontou ganho acima da média nacional, e interrompeu a trajetória descendente iniciada em março último. Os segmentos de bens de capital (0,8%) e de bens intermediários (0,6%) também mostraram taxas positivas nesse mês, com o primeiro permanecendo com a trajetória ascendente iniciada em março, e o segundo revertendo três meses de taxas negativas consecutivas.
Na comparação com agosto de 2011, produção industrial cai 2,0%
Na comparação com igual mês do ano passado, a produção industrial recuou 2,0% em agosto de 2012, com perfil disseminado de taxas negativas, já que a maior parte (16) dos 27 setores pesquisados apontou redução na produção.
O ramo de veículos automotores, que recuou 11,2%, exerceu a maior influência negativa na formação da média da indústria, pressionado pela queda na produção de aproximadamente 79% dos produtos investigados no setor, com destaque para a menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, motores diesel para caminhões e ônibus, autopeças e chassis com motor para caminhões e ônibus. Outras contribuições negativas relevantes sobre o total nacional vieram dos setores de máquinas e equipamentos (-6,6%), edição, impressão e reprodução de gravações (-11,5%), material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-12,6%), metalurgia básica (-5,5%) e alimentos (-2,1%).
Por outro lado, ainda na comparação com agosto de 2011, entre os 11 setores que ampliaram a produção, os principais impactos foram observados em outros produtos químicos (8,9%), refino de petróleo e produção de álcool (7,1%), outros equipamentos de transportes(7,2%), farmacêutica (4,6%) e bebidas (4,7%), impulsionados em grande parte pelos itens herbicidas e inseticidas para uso na agricultura, no primeiro ramo; gasolina automotiva, óleo diesel e outros óleos combustíveis, no segundo; aviões, no terceiro; medicamentos, no quarto; e preparações em xarope para elaboração de bebidas, cervejas e chope no último.
Entre as categorias de uso, ainda no confronto com igual mês do ano anterior, o segmento de bens de capital (-13,0%) assinalou a redução mais elevada em agosto de 2012, influenciado pelos resultados negativos na maior parte dos seus subsetores, com destaque para o recuo de 13,1% registrado por bens de capital para equipamentos de transporte, ainda bastante pressionado pela menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques e chassis com motor para caminhões e ônibus. Vale citar ainda as taxas negativas verificadas em bens de capital para uso misto (-9,9%), para construção (-39,0%), fins industriais (-9,3%) e para energia elétrica (-5,0%), enquanto o subsetor de bens de capital agrícola, com variação de 0,4% em agosto de 2012, apontou o único resultado positivo nessa categoria de uso no índice mensal.
Ainda na comparação com agosto de 2011, os segmentos de bens intermediários (-0,5%) e de bens de consumo semi e não duráveis(-0,3%) também apontaram taxas negativas, mas bem menos acentuadas que a da média da indústria (-2,0%). No primeiro setor, o resultado negativo foi pressionado em grande parte pelos recuos na produção dos produtos associados às atividades de veículos automotores (-15,0%), metalurgia básica (-5,5%), alimentos (-3,0%), têxtil (-3,4%), indústrias extrativas (-1,2%) e celulose, papel e produtos de papel (-1,3%), enquanto as influências positivas foram registradas por outros produtos químicos (9,0%), refino de petróleo e produção de álcool (5,5%), borracha e plástico (1,6%), produtos de metal (1,3%) e minerais não metálicos (0,1%).
Já a redução na produção da indústria de bens de consumo semi e não duráveis (-0,3%) foi influenciada em grande parte pelos resultados negativos vindos dos grupamentos de semiduráveis (-7,1%), outros não duráveis (-1,3%) e de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (-0,6%), pressionados principalmente pelos recuos na produção de cds e tênis de couro, no primeiro subsetor; livros, cigarros, medicamentos e revistas, no segundo; e de sucos concentrados de laranja e carnes e miudezas de aves congeladas, no último. Por outro lado, o subsetor de carburantes (9,6%) apontou o impacto positivo nessa categoria de uso, impulsionado, pela maior fabricação de gasolina automotiva e de álcool.
A produção de bens de consumo duráveis (0,1%) foi a única que ficou positiva em agosto de 2012 no confronto com igual mês do ano anterior, e interrompeu 11 meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação, sendo particularmente influenciada pela maior fabricação de automóveis (6,5%), eletrodomésticos da “linha branca” (14,6%) e de artigos do mobiliário (10,0%). Nessa categoria de uso, os principais impactos negativos vieram da menor produção de motocicletas (-18,0%), telefones celulares (-22,5%) eeletrodomésticos da “linha marrom” (-1,7%).
Índice acumulado de 2012 cai 3,4%
No índice acumulado dos oito primeiros meses de 2012, frente a igual período do ano anterior, o recuo foi de 3,4% para o total da indústria, com taxas negativas em todas as categorias de uso, 18 dos 27 ramos, 48 dos 76 subsetores e 57,5% dos 755 produtos investigados.
Entre as atividades, a de veículos automotores, com queda de 16,3%, permaneceu exercendo a maior influência negativa na formação do índice geral, pressionada em grande parte pela redução na produção na maioria dos produtos pesquisados no setor (aproximadamente 85%), com destaque para a menor fabricação de caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, automóveis, chassis com motor para caminhões e ônibus, autopeças, veículos para transporte de mercadorias e motores diesel para caminhões e ônibus. Vale citar também as contribuições negativas vindas de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-16,9%), alimentos (-2,7%), metalurgia básica (-4,6%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-8,4%), máquinas e equipamentos (-3,1%), edição, impressão e reprodução de gravações (-5,5%), máquinas para escritório e equipamentos de informática(-11,1%), fumo (-16,6%), vestuário e acessórios (-11,5%) e borracha e plástico (-3,7%). Por outro lado, entre as nove atividades que registraram avanço na produção, as principais influências sobre o total da indústria ficaram com os setores de outros produtos químicos(4,5%), refino de petróleo e produção de álcool (4,1%) e outros equipamentos de transporte (7,2%).
Entre as categorias de uso, o perfil dos resultados para o período janeiro-agosto de 2012 confirmou o menor dinamismo para bens de capital (-12,2%) e bens de consumo duráveis (-7,3%), pressionadas especialmente pela menor fabricação de bens de capital para transporte (caminhões, caminhão-trator para reboques e semi-reboques, chassis com motor para caminhões e ônibus e veículos para transporte de mercadorias), no primeiro segmento; e de automóveis, telefones celulares e motocicletas, no segundo. A produção debens intermediários recuou 2,1% no índice acumulado dos oito primeiros meses de 2012, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis assinalou variação negativa de 0,4%.
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