Príncipe Harry brinca com cariocas em manhã esportiva no Rio
O dia começou mais cedo para 16 crianças do Morro do Cantagalo. Pouco antes das 8h, elas embarcavam em uma van na Praia de Ipanema rumo a um encontro com o príncipe Harry, ansiosas para participar da diversificada agenda esportiva preparada para sua visita ao Rio. “Quem é o príncipe?”, perguntou uma delas, que afora […]
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O dia começou mais cedo para 16 crianças do Morro do Cantagalo. Pouco antes das 8h, elas embarcavam em uma van na Praia de Ipanema rumo a um encontro com o príncipe Harry, ansiosas para participar da diversificada agenda esportiva preparada para sua visita ao Rio.
“Quem é o príncipe?”, perguntou uma delas, que afora o título não conhecia outros detalhes sobre a personalidade que ia encontrar.
O trajeto na van para o Aterro do Flamengo, na zona sul, parecia o de uma excursão de escola (“olha o Pão de Açúcar!”). A ficha só caiu mais tarde, quando o príncipe entrou na quadra de areia e em que elas esperavam para uma partida de rúgbi.
Assim como elas, muitos cariocas acordaram mais cedo para participar da manhã esportiva com participação do príncipe, no segundo dia de sua visita ao Brasil.
Em um trecho isolado do parque projetado por Roberto Burle Marx, foram armadas quadras de rúgbi de praia, de vôlei, de box amador e uma pista de corrida, onde a programação foi inaugurada pelo próprio príncipe.
Às 8h50, Harry içou a bandeira brasileira para dar largada e em seguida se juntou aos 1.200 corredores na Sport Relief Mile, cumprindo a trajetória de uma milha (1,6km).
Simpatia
O príncipe não atraiu uma multidão, mas curiosos interrompiam a corrida ou caminhada matinal no Aterro para ver o que estava acontecendo e tentar ver o príncipe. Outros tinham ido até lá só para isso.
“Acordei cedo para tentar ver o príncipe e até agora não consegui!”, disse uma senhora levantando a bandeirinha com uma face brasileira e outra britânica que estava sendo distribuía aos passantes.
Ela foi interrompida por um burburinho: era o príncipe chegando à linha de chegada, cercado por um séquito de corredores que pareciam não querer ultrapassar a sua realeza.
Depois da corrida, Harry jogou rúgbi com as crianças e se arriscou no vôlei de praia, trocando a camisa pólo branca por uma camiseta verde amarela com “Harry” escrito nas costas.
Os ambulantes das barracas da Praia do Flamengo observavam à distância, dando palpites entre vendas de um coco ou uma de água no sol de rachar, que já castigava mesmo às 9h da manhã.
“O sol está judiando dele ali. Não avisaram ele para não usar calça? Mas ele está com disposição, já está jogando há um tempão”, dizia um barraqueiro. “Pô, vai entender esse jogo aí (o rúgbi). É uma agarração danada”, dizia outro.
O consenso era sobre a simpatia do príncipe: “É legal que ele está interagindo com as pessoas, correndo, correu, brincou com as crianças”, apontou Walber Ferreira, da Barraca do Iramar. “Se ele chegar aqui a gente faz uma promoção na água de coco.”
Campanha
Harry chegou ao Rio na sexta-feira pela manhã e na noite do mesmo dia lançou a campanha Great, para promover o Reino Unido como destino turístico e de investimentos.
Numa festa no Morro da Urca estavam 700 convidados, entre artistas, empresários e representantes dos dois governos. Em um discurso bem-humorado, ele disse que mal podia acreditar estar no Rio.
“Durante anos ouvi falar neste lugar, desde que meu pai falou que dançou com uma linda moça chamada Pinah”, em alusão à famosa dança do príncipe Charles com a passista da Beija-Flor em 1978.
Ele aludiu ainda à partida de rúgbi programada para o dia seguinte: “Se eu ensinar vocês a jogar rúgbi, por favor não façam o que fizeram no futebol”, disse o príncipe, que estava comportado, sorridente e vendia um terno azul escuro.
Harry passou cerca de dez minutos jogando rúgbi com as crianças do Cantagalo, divididos em times de camisetas vermelhas e azuis – as cores do Reino Unido.
“Quando o jogo acabou ele me pegou no colo e me jogou para o alto!”, disse, findada a partida, a pequena Joyce de Oliveira da Silva, de 10 anos, que estava no time do herdeiro real. “Porque eu quase marquei o últmo ponto.”
“Ele me ensinou a pegar a bola, correr, dar ziguezague pelas pessoas e fazer o gol”, disse Aryane Bernardes, de oito anos, que também do time do príncipe.
As crianças são parte de uma escolinha do esporte britânico que acaba de ser fundada pelo clube Rio Rugby para a comunidade.
A inclusão do rúgbi na programação promove o tradicional esporte britânico no Brasil no caminho para a Olimpíada de 2016, quando a modalidade será incluída nos jogos pela primeira vez desde 1924.
Na tarde deste sábado (10), Harry vai para o Complexo do Alemão, na zona norte, onde andará de teleférico, visitará um projeto social e jogará cricket. No domingo, ele estará em São Paulo, onde participa de partida beneficente de pólo.
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