Primos de Bezerra receberam 1 milhão de reais por terreno

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ligada ao Ministério da Integração Nacional, pagou 1 milhão de reais pela desapropriação de terras que pertenciam a primos do ministro Fernando Bezerra Coelho, informa reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S.Paulo.  Os três pagamentos pela compra […]

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A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), ligada ao Ministério da Integração Nacional, pagou 1 milhão de reais pela desapropriação de terras que pertenciam a primos do ministro Fernando Bezerra Coelho, informa reportagem publicada na edição desta sexta-feira do jornal O Estado de S.Paulo.
 
Os três pagamentos pela compra dos terrenos no interior da Bahia foram feitos em abril de 2011, quando o presidente interino da Codevasf era Clementino de Souza Coelho, irmão do ministro. Coelho foi exonerado do cargo nessa semana, após a denúncia de nepotismo ter vindo à tona.
 
As terras pertenciam a primos de primeiro grau do ministro. Nilo Augusto Moraes Coelho e Silvio Roberto de Moraes Coelho receberam, cada um, 233.619,16 de reais. A empresa Imobiliária de Terrenos Rurais e Urbanos Ltda. (Itrul), que pertence a outros primos do ministro, foi remunerada, com 506.174,86 reais.
 
Os pagamentos pela desapropriação dos terrenos ocorreram três meses depois de Clementino de Souza Coelho assumir a presidência do órgão interinamente, em janeiro do ano passado. A companhia é subordinada ao Ministério da Integração Nacional, pasta assumida por Fernando Bezerra também em janeiro, após indicação do governador Eduardo Campos (PSB-PE).
 
De acordo com a Codevasf, os terrenos serão usados para a implementação de um programa de agricultura irrigável no Baixio de Irecê, no Vale do Médio São Francisco. O projeto prevê a irrigação de uma área de 59.375 hectares. Além dos familiares do ministro, há outros beneficiários da desapropriação.
 
Nilo Bezerra afirmou que sua família adquiriu parte das terras há mais de trinta anos e que falta receber uma parte do pagamento pela desapropriação. Ele argumentou ainda que a decisão do pagamento pelo terreno foi judicial. “Quem mandou pagar não foi o Clementino. Foi um juiz federal de Feira de Santana.”
 
O outro primo, Rafael de Souza Coelho, representante da Itrul, disse que a desapropriação prejudicou a família, que teve de questionar os valores na Justiça. Ele afirmou ainda não ter proximidade com o ministro nem com o ex-presidente interino da Codevasf.

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