Presidente do PT chama Zeca de ingrato e o acusa de por em risco unidade partidária

Para Marcus Garcia, o ex-governador antecipou o debate sobre a sucessão do comando do PT e pode prejudicar o processo de pacificação do partido

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Para Marcus Garcia, o ex-governador antecipou o debate sobre a sucessão do comando do PT e pode prejudicar o processo de pacificação do partido

O presidente regional do PT, Marcus Garcia, reagiu nesta segunda-feira (18) ao anúncio do ex-governador Zeca do PT de cogitar concorrer ao comando do partido nas eleições internas de 2013. Ele classificou o debate como antecipado e alertou que põe em risco a unidade da legenda e o desempenho dos candidatos petistas nas eleições municipais. O dirigente ainda destacou que sempre fez de tudo para atender as reivindicações do correligionário e adiantou disputar a reeleição.

“Primeiramente lamento o fato de o Zeca antecipar essa discussão. Com essa atitude, ele compromete a unidade do partido e pode ameaçar o sucesso dos candidatos do PT nas eleições de 2012”, disse Garcia. Segundo ele, o debate extemporâneo “bagunça” o partido, principalmente, em Campo Grande. “Essa instabilidade nos prejudica, afasta aliados e atrapalha o campo de oposição”, emendou.

Garcia também não entendeu as queixas de Zeca sobre o distanciamento do PT dos movimentos sociais e de falta de espaço na executiva regional. “Em Maracaju e Novo Horizonte do Sul a direção regional defendeu candidaturas a prefeito de representantes de movimentos sociais e o grupo do Zeca rejeitou as duas indicações, por preferir aliança com outros partidos”, contou. “Na executiva, como as demais correntes, a dele conta com três representantes e sempre tratei todos os grupos com democracia”, acrescentou.

O presidente do PT ainda fez questão de destacar que a direção regional sempre se empenhou para ajudar o correligionário. “Nas eleições de 2010, assinei embaixo de todas as decisões do Zeca. Depois, assumimos a sua dívida de campanha”, relatou. “Não acho que o partido tenha lhe faltado”, completou.

Garcia ainda sugeriu para o correligionário se focar em seu futuro político. “Falta para o Zeca um projeto definido. Ele já falou que quer ser vereador, deputado federal, senador e, agora, revela pleitear a presidência do partido. Acho que ele precisa se focar em algo”, opinou.

Disputa aberta

Garcia também avisou não fugir do embate no caso de Zeca confirmar o projeto de concorrer à presidência do PT. “Até porque quando assumi o partido, de forma consensual, ficou acordado que o conduziria até o processo eleitoral do senador (Delcídio do Amaral)”, comentou fazendo menção à sucessão estadual, em 2014.

Para o dirigente, sua gestão tem sido boa e merece continuidade. “Todas as prestações de contas do PT foram aprovadas, temos 30 pré-candidatos a prefeito”, ressaltou. “Acho que tenho que terminar meu trabalho”, concluiu.

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