Presidente do Iêmen decide não deixar o país

O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, decidiu permanecer no país, desistindo do plano de deixar o território iemenita, informou seu partido neste sábado. A medida parece ter como objetivo manter seu controle sobre o regime, após a série de revoltas internas manifestações de rua. Num sinal do desgate, o filho e o sobrinho de […]

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O presidente do Iêmen, Ali Abdullah Saleh, decidiu permanecer no país, desistindo do plano de deixar o território iemenita, informou seu partido neste sábado. A medida parece ter como objetivo manter seu controle sobre o regime, após a série de revoltas internas manifestações de rua.

Num sinal do desgate, o filho e o sobrinho de Saleh lançaram uma repressão contra supostos dissidentes no interior das forças de segurança de elite comandadas por eles. A Guarda Republicana, liderada por seu filho, e a Central de Segurança, comandada pelo sobrinho, são as principais forças que atuam na repressão ao levante contra o Saleh no último ano.

Centenas de iemenitas marcharam pelas ruas da capital Sanaa e de outras cidades do país ontem, exigindo que Saleh seja julgado pelas mortes de manifestantes pela repressão desde fevereiro. “Não vamos permitir que você escape”, gritavam os manifestantes, carregando pôsteres do presidente com uma corda ao redor do seu pescoço.

Saleh assinou um acordo de transferência de poder no início de novembro, que visava facilitar sua saída do comando do país após quase 33 anos e de acalmar os tumultos que há meses chacoalham o pobre país árabe. Pelo acordo, Saleh entregaria seus poderes a seu vice e se comprometeu a renunciar formalmente assim que o Parlamento garantisse a ele imunidade contra a Justiça. Mas seus opositores afirmam que desde a assinatura ele tem tentado manter sua influência por meio de homens leais ao seu partido e por meio das forças de segurança comandadas por sua família.

Seu partido, o Partido do Congresso, mantém poder considerável como parte do governo de compartilhamento com a oposição. Críticos afirmam que a legenda tem trabalhado para prejudicar o vice-presidente Abed Rabbo Mansour Hadi.

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