O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, deixará o cargo em fevereiro e será substituído pela diretora de Gás e Energia da estatal, Maria da Graça Foster. A informação foi publicada neste sábado pelo deputado Paulo Teixeira (SP), que é líder do PT na Câmara, em seu perfil na rede de microblogs Twitter.

Espera-se que o afastamento de Gabrielli, que está desde julho de 2005 no comando da empresa, seja confirmado no mês que vem, quando ocorrerá a primeira reunião do ano do conselho administrativo da estatal.

Ao gosto de Dilma – A notícia é uma vitória de Dilma Rousseff. Conforme noticiado pela coluna Radar de VEJA, a presidente vinha articulando a saída do executivo da companhia, mas esbarrava no ex-presidente Lula (padrinho de Gabrielli).

Graças Foster, por sua vez, é próxima à presidente, tanto que seu nome chegou a ser cogitado para assumir um ministério ou o próprio comando da Petrobras quando Dilma tomou posse no cargo, no início do ano passado.

A informação da troca de comando na Petrobras também circulou na televisão na noite de sábado. O canal Globo News veiculou a notícia de que o presidente da Petrobras teria aceitado renunciar ao cargo.

Surpresa – De acordo com a agência de notícias Reuters, a informação pegou de surpresa autoridades do governo e executivos da própria Petrobras, que disseram não ter informações sobre o assunto.

Na última reunião ordinária do conselho da estatal, que ocorreu nesta sexta-feira, o assuntou não constava na pauta, disse uma fonte da Petrobras. “Para que ocorra uma mudança no comando da empresa é preciso uma decisão do conselho, o que ainda não aconteceu. Então, será necessário convocar uma reunião extraordinária”, disse a fonte.

Outra fonte, desta vez do governo, confirmou à Reuters que Graça Foster esteve na sexta-feira no Palácio do Planalto, mas acrescentou que não tinha conhecimento da decisão.

Outro interlocutor que acompanha de perto os bastidores da Petrobras disse que a saída de Gabrielli era tida apenas como uma questão de tempo. A notícia de que a decisão já teria sido tomada e que a troca na presidência ocorreria em fevereiro surpreendeu, entretanto, essa fonte.

Integrantes do governo e também da estatal confirmaram que, nos últimos dias, com a proximidade da reforma ministerial, os boatos sobre a saída de Gabrielli ganharam força.

Aspirações políticas – O executivo teria aspirações políticas e buscaria concorrer a um cargo na Bahia, dizem pessoas próximas a ele. O objetivo dele, segundo fontes, não seria pleitear a prefeitura de Salvador, mas sim o próprio governo da Bahia em 2014. Em café da manhã com a imprensa em dezembro de 2011, no Rio de Janeiro, o executivo negou, no entanto, que seria candidato em 2012.