O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, deve enviar sua carta de renúncia do gabinete ao Parlamento ainda nesta segunda-feira, pavimentando o caminho para a convocação de eleições, afirmaram duas fontes à Reuters.

O governo de Rutte não conseguiu alcançar um acordo com seu principal aliado sobre cortes orçamentários cruciais neste final de semana por isso vai renunciar, disseram as emissoras locais RTL e NOS.

A renúncia marcará o fim de uma coalizão que deu forte apoio ao tratado fiscal da União Europeia e que passava sermões na Grécia sobre a necessidade de arrumar suas finanças.

Rutte deve apresentar a renúncia da coalizão numa reunião com a rainha Beatriz a partir das 9h (hora de Brasília).

Ministros saíram de uma reunião de gabinete sem dar declarações. No entanto, a crise política num país tradicionalmente visto como um dos mais estáveis e prósperos da zona do euro já vinha sacudindo os mercados financeiros, preocupados com uma vitória socialista nas eleições francesas.

A crise na Holanda começou no fim de semana, quando o Partido da Liberdade, de viés populista e anti-UE, rejeitou as propostas da coalizão centro-direitista sobre como cortar de 14 a 16 bilhões de euros do orçamento, para adequar o déficit holandês às metas da UE no ano que vem.

“Suponho que (a renúncia) seja inevitável”, disse o vice-chanceler Ben Knapen ao programa noticioso RTL Z. “É importante que todos que arcam com responsabilidades mantenham a calma e garantam que teremos um orçamento ordeiro. Temos mesmo grandes problemas”, disse Knapen antes de entrar na reunião ministerial.

Novas eleições devem ser anunciadas já nesta segunda-feira, e podem ser realizadas em setembro ou outubro, segundo analistas.