A auditoria do SUS realizada em abril detectou um série de irregularidades na administração da saúde

O prefeito da cidade de , Rudi Paetzold (PMDB) e o ex-secretário de saúde, Maycon Junio Faria Nascimento, terão que devolver R$ 289.216,04 aos cofres do Fundo Nacional de Saúde. De acordo com auditoria realizada em abril de 2012, ficou comprovado que os recursos foram utilizados indevidamente. De acordo com o relatório, a inspeção foi feita a pedido de vereadores da cidade.

A auditoria de nº 12.067 – Denasus, realizou análise nos documentos comprobatórios de despesas pagas com recursos do Fundo Municipal de Saúde – composto por verba federal, estadual e municipal, movimento das contas correntes do Fundo e avaliação da execução e operacionalização das ações de saúde e serviços assistenciais.

Segundo o relatório foram encontradas inúmeras irregularidades, sendo R$ 257,4 mil o maior valor de recursos financeiros do Bloco da Atenção Básica utilizado para pagamento de despesas de outros blocos. Segundo a equipe de auditores, o dinheiro foi usado para pagamentos de despesas com aquisição de medicamentos, materiais médico hospitalares, plantões e manutenção do Hospital Municipal, o que contraria portaria do Ministério da Saúde.

Também foi feita transferência indevida do Bloco da Atenção Básica para a conta da prefeitura, no valor de R$ 26,3 mil, além de outros R$ 5,4 mil da Assistência Farmacêutica Básica que foram direcionados para pagamento de despesas de manutenção do Hospital.

Já em relação aos medicamentos os auditores detectaram ser impossível fazer a correspondência entre nome do fabricante dos medicamentos das notas fiscais com os cotados e homologados nos procedimentos licitatórios. Outro fator que chamou a atenção foi o fato de não haver responsável formal pela Farmácia Municipal e nem controle de entrada, saída ou do estoque dos medicamentos.

Foram identificados pagamentos de plantões médicos sem formalização de contrato e constatado que os médicos se ausentam das unidades de saúde da família no período de atendimento à população.

Além dos médicos, parte dos profissionais da rede de atenção básica também descumprem horário de serviço. Outra irregularidade é que a Secretaria Municipal de Saúde de Coronel Sapucaia mantém desatualizado o cadastro dos profissionais das Unidades de Saúde da Família no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos da Saúde).

Os auditores apontaram ainda a deficiência no gerenciamento dos recursos humanos frente aos atendimentos médicos/odontológicos da Estratégia de Saúde da Família/Saúde Bucal. As Os médicos e odontólogos estavam estabelecendo calendário mensal, determinando os dias de atendimentos, com números de consultas fixas, evidenciando o descumprimento de carga horária dos profissionais, prejudicando o atendimento a população.

Constatou-se ainda que o Conselho Municipal de Saúde não é atuante no Município. Os trabalhos foram realizados com objetivo de atender a denúncia formulada por vereadores encaminhada através do Ofício nº 040/2011, de 27/05/2011 ao Chefe da Controladoria Geral da União do Estado de Mato Grosso do Sul – CGU/MS.