Prefeito confirma para dezembro desativação do lixo e usina de reciclagem
Até o fim de dezembro, será desativado o lixão, entra em funcionamento o aterro sanitário e a usina de separação do lixo reciclado que será administrada pela cooperativa dos catadores. A garantia é do prefeito Nelson Trad Filho. “Vamos concluir este projeto que é o resultado de seis anos de trabalho, pesquisas e estudos. Tivemos […]
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Até o fim de dezembro, será desativado o lixão, entra em funcionamento o aterro sanitário e a usina de separação do lixo reciclado que será administrada pela cooperativa dos catadores. A garantia é do prefeito Nelson Trad Filho. “Vamos concluir este projeto que é o resultado de seis anos de trabalho, pesquisas e estudos. Tivemos que enfrentar muitos desafios, inclusive interesses de quem sempre ganhou com esta situação degradante a que centenas de trabalhadores são submetidos”, avaliou o prefeito que voltou hoje ao ecoponto instalado às margens do macroanel rodoviário na região.
Foram investidos R$ 4,5 milhões na usina que ocupa uma área de cinco hectares, terá 16 prensas e capacidade para absorver a demanda diária de 30 toneladas de material reciclável. Há um mês, foi instalada no local uma usina separadora onde 50 catadores, que por muitos anos atuaram no lixão, trabalham na separação do material vindo da coleta seletiva que hoje é feita em 32 bairros, abrangendo uma região com 100 mil moradores. É uma experiência piloto tocada pela Associação dos Trabalhadores Catadores de Lixo que dará origem a uma cooperativa que vai administrar a usina de reciclagem.
O ecoponto recebe diariamente seis toneladas de materiais, que é separado, prensado e comercializado pelos trabalhadores, sem a intermediação dos atravessadores. “Isto aqui é outra vida. Trabalhamos com equipamentos de segurança. Não ficamos ao relento, do sol forte e da chuva, separando o lixo. Foram construídos banheiros, há um refeitório e o ônibus nos traz de manhã e de volta para casa ao final do dia”, relata Oswaldo Miranda, residente no Parque do Lageado, que por seis anos trabalhou garimpando as montanhas do lixo despejadas diariamente no lixão pelos caminhões da coleta.
Além de estar conseguindo em média R$ 250,00 por semana, Oswaldo conta que agora está contribuindo para o INSS, garantia de contribuição para sua futura aposentadoria. “O salário depende da produção. Recebemos o lixo pronto para ser separado. Vendemos para quem oferecer o preço e assume a responsabilidade de transportar o material”, explica.
Neste formato elimina-se a figura do atravessador (são em torno de 12 atuando no lixão), que paga R$ 0,45 pelo quilo da garrafa pet (o material de maior aceitação e rentabilidade no mercado). Vendendo sem esta intermediação, os catadores passaram a receber R$ 1,50 pelo mesmo material.
Os catadores que estão nesta usina separadora passaram por um curso de capacitação, em que apreenderam noções mínimas de segurança do trabalho, além das regras e do sistema de funcionamento de uma cooperativa. Outros 30 estão fazendo a capacitação no Centro de Capacitação do Dom Antonio Barbosa. Quando terminarem o curso, vão trabalhar no ecoponto que será instalado no bairro São Conrado.
Fátima Chimenes é outra catadora que deixou o lixão. “Eu era cozinheira em uma fazenda, mas trabalhar aqui na reciclagem é muito melhor. Sou patrão da gente mesmo, o serviço é bom e já faço planos de me aposentar”, planeja dona Fátima, que hoje leva o sustento para sua família formada pelo marido e dois netos pequenos que ela cria como filhos. Ela espera que os 100 catadores ainda resistentes a proposta de se integrar a cooperativa façam o curso de capacitação.
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