Preço de referência do leite traz negociação justa entre produtor e indústria

A metodologia do Conseleite será discutida durante o 15º Encontro Técnico do Leite

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A metodologia do Conseleite será discutida durante o 15º Encontro Técnico do Leite

Dar maior transparência ao mercado lácteo sul-mato-grossense e servir de parâmetro ou referência para a livre negociação entre produtores rurais e indústrias é a principal utilidade do preço de referência calculado pelo Conseleite, que é um Conselho formado por produtores rurais e representantes das indústrias. Trata-se de uma associação civil, regida por estatuto e regulamentos próprios.
 
No 15º Encontro Técnico do Leite haverá a palestra “Metodologia do Conseleite”, proferida pelo professor José Roberto Canziani, da Universidade Federal do Paraná e a pesquisadora Vania Di Addario Guimarães, da UFPR e do CEPEA/USP, eles são os responsáveis pela metodologia que calcula o preço de referência do leite no Paraná, através do Conseleite.
 
Em MS também há esse conselho, que é formado por 20 representantes indicados, paritariamente, pela FAMASUL (bancada rural) e pelo SILEMS (bancada industrial). Eles se reúnem mensalmente, para avaliar e aprovar os preços de referência da matéria-prima leite. Como órgãos de apoio há uma secretaria executiva e a Camatec – Câmara Técnica e Econômica, composta por 4 representantes dos produtores rurais, 4 representantes da indústria e 4 professores universitários (da UFPR e UEMS) – que realiza estudos e pesquisas para subsidiar as decisões do conselho. O Conselho conta com o apoio da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite (CSCPL) e da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo (SEPROTUR).
 
Os preços de referência pretendem representar um valor justo para a remuneração da matéria-prima leite, tanto para os produtores rurais quanto para as indústrias, levando em consideração o volume e a qualidade da matéria-prima. O preço de referência não é um preço mínimo, nem máximo e não é obrigatório. É uma referência para a livre negociação entre as partes. Cada indústria tem seu próprio mix de produtos o qual influencia a sua capacidade individual de pagamento.
 
Os valores médios da matéria-prima (leite) são calculados a partir dos preços e dos volumes de venda dos derivados lácteos pelas empresas participantes, dos custos de produção do leite nas propriedades rurais, dos custos de fabricação e comercialização dos derivados, e dos rendimentos industriais. Os parâmetros de qualidade são o teor de gordura, teor de proteína, estrato seco desengordurado, contagem de células somáticas e contagem bacteriana.
 
O leite padrão é um leite de qualidade média do Estado de Mato Grosso do Sul, levando em consideração os parâmetros de qualidade definidos pelo conselho. Um exemplo de leite padrão é o que possui teor de gordura entre 3,31 a 3,40%; teor de proteína entre 2,90 a 2,92%; estrato seco desengordurado entre 8,40 a 8,50%; contagem de células somáticas entre 551 a 600 mil; contagem bacteriana entre 651 a 700 mil e volume entregue de até 100 litros/dia. O Conseleite não sugere valores de referência para leite com qualidade abaixo da normativa 62.
 
Segundo os palestrantes a vantagem para o produtor de leite é ter um referencial de preço para uma melhor negociação da sua produção. A existência de um referencial de preço para o leite, divulgado por um conselho paritário, também permite ao produtor comparar, ao longo do tempo, seus preços com os valores divulgados, facilitando e melhorando a gestão do seu negócio.
 
“Para a indústria é muito importante usar as informações do Conseleite, pois facilita as negociações cotidianas da indústria com os seus diversos produtores fornecedores. Os valores de referência também favorecem a gestão da indústria, quanto à políticas de incentivo à qualidade da matéria-prima e estratégias de venda dos derivados”, afirma o professor Canziani.
 
O evento – Para participar do 15º Encontro Técnico do Leite e Encontro Sul-Mato-Grossense do Leite, e debater sobre os assuntos relacionados à produção do leite, os interessados deverão acessar o site do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/MS, no link www.senarms.org.br e preencher a ficha de inscrição. A taxa para participar do evento varia de R$ 20 a R$ 60, dependendo da data da inscrição.
 
O encontro do leite é de realização da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul – Famasul, Senar/MS, Funar, Governo de MS e Sindicato Rural de Campo Grande, e ainda conta com o patrocínio da Organização das Cooperativas Brasileiras no MS – OCB/MS – e o apoio da Câmara Setorial do Leite.
 
Sobre o Senar – O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar, é uma instituição mantida pela classe patronal rural, vinculada à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Tem o objetivo de desenvolver ações educativas, que visam o desenvolvimento do homem rural como cidadão e como trabalhador, numa perspectiva de crescimento e bem-estar social.
 

 

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