‘Pode se esconder debaixo da terra que vou te achar’, disse vigia antes de matar desenhista
Andrade Rosa e o vigia que o assassinou trabalhavam na mesma empresa. Os dois já haviam discutido por motivo banal anteriormente.
Arquivo –
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Andrade Rosa e o vigia que o assassinou trabalhavam na mesma empresa. Os dois já haviam discutido por motivo banal anteriormente.
O vigia noturno Jari Pereira Borges, 56 anos, autor confesso da morte do desenhista Fernando Rosa dos Santos, 29 anos, no dia 5 deste mês, no pátio da empresa onde os dois trabalhavam, no Jardim Colúmbia, em Campo Grande, se apresentou ontem à polícia e alegou legítima defesa. Porém, colegas de trabalho da vítima afirmam que o guarda foi quem ameaçou o rapaz.
De acordo com colegas de trabalho de Andrade Rosa, como era mais conhecido o desenhista, ele foi ameaçado pelo vigia da empresa depois que os dois discutiram anteriormente. “Ele disse que o vigia falou: Você pode se esconder debaixo da terra que vou te achar”, revela. A frase, no entendimento da vítima foi uma ameaça de morte.
Conforme funcionários da empresa, no dia do crime o vigia teria avisado que não iria trabalhar, mas foi. “Quando a gente estava indo embora ele (Andrade Rosa) olhou pela janela e disse: nossa, o cara veio trabalhar”. Ele ficou muito nervoso. Ele estava com medo do vigia fazia dias”, conta.
Segundo o que a reportagem apurou, quando Andrade Rosa foi sair do local do trabalho e ir para onde morava, que era numa casinha nos fundos da própria empresa, pediu pra um colega o acompanhar. O desenhista passou pelo vigia e entrou. Mais tarde, quando fazia quase toda noite voltou à empresa para pegar um computador portátil para acessar internet. Quando retornava, por volta das 7 e meia da noite, foi alvejado, correu, mas levou outro tiro e caiu no pátio da empresa.
O vigia ligou e avisou sobre o crime e fugiu. Na tarde desta quarta-feira se apresentou na Segunda Delegacia de Polícia, que fica na Avenida Mascarenhas de Moraes, no bairro Monte Castelo, e alegou legítima defesa afirmando que o desenhista “foi pra cima dele” com um embrulho estranho e ele se defendeu. Por ser réu primário e não ter mandado de prisão, Jari foi ouvido e liberado.
Motivo
De acordo com colegas de Andrade Rosa, ele e o vigia discutiram anteriormente porque o rapaz não tinha chaves do portão da empresa e por isto toda vez que saía, ao retornar pulava o muro para voltar para casa. Por algumas vezes ele o guarda discutiram. Numa das vezes os dois saíram em vias de fato porque, ainda de acordo com relato da vítima, o vigia o xingou com palavras de baixo calão. Foi nesta noite que o vigia teria dito: Você pode se esconder debaixo da terra que vou te achar.
Companheiro
Andrade Rosa foi descrito por colegas de trabalho como uma pessoa companheira e muito alegre. Ele era muito brincalhão. Todos gostavam muito dele na empresa, tanto que agora o clima para trabalhar está muito difícil.
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