PM acusado de atirar em pescador é indiciado por tentativa de homicídio
O soldado de 33 anos da Polícia Militar, lotado no 6º Batalhão da Polícia Militar de Corumbá foi indiciado por tentativa de homicídio, conforme afirmou o delegado Gustavo de Oliveira Bueno, titular do 1º Distrito Policial. O soldado é acusado de ter baleado o pescador Onofre da Conceição, de 61 anos, no final da tarde […]
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
O soldado de 33 anos da Polícia Militar, lotado no 6º Batalhão da Polícia Militar de Corumbá foi indiciado por tentativa de homicídio, conforme afirmou o delegado Gustavo de Oliveira Bueno, titular do 1º Distrito Policial. O soldado é acusado de ter baleado o pescador Onofre da Conceição, de 61 anos, no final da tarde de segunda-feira, 25 de junho, após um desentendimento causado por uma linha de pipa com cerol.
O caso ocorreu na rua Marechal Deodoro, esquina com a Maranhão, no bairro Jardim dos Estados, parte alta de Corumbá. De acordo com moradores, o soldado PM, que estava à paisana, pilotava uma motocicleta, quando uma linha de pipa, com cerol (mistura de cola e vidro moído), lesionou o pescoço dele.
“O policial envolvido no incidente está com uma lesão séria no pescoço, em decorrência da utilização do cerol e isso já configura crime por exposição à vida de outro. Em relação ao que ocorreu no local, como houve um disparo e a série de inquérito policial está prematura, não podemos falar se o policial agiu em legítima defesa ou não. O que podemos afirmar é que o policial foi indiciado na mesma noite do incidente, pela prática de tentativa de homicídio, porém, todas as circunstâncias estão sendo apuradas para verificarmos o que realmente originou este disparo e se houve disparos anteriores”, informou o delegado.
O policial afirmou em seu depoimento que agiu em legítima defesa e de acordo com o delegado Gustavo Bueno, se apresentou espontaneamente, momentos após o incidente. Na mesma noite, foi registrado o boletim de ocorrência número 4259/2012, sobre o caso. “O inquérito policial foi instaurado nesta terça-feira (26). A arma do policial foi apreendida para perícia, mas nenhum outro armamento foi apreendido até o momento. O policial se apresentou espontaneamente, e isso exclui o delito flagrante, pois, de acordo com a legislação brasileira, a apresentação de própria vontade retira a possibilidade da autuação em flagrante. Ressalto também que foi o policial quem acionou o reforço para socorrer o senhor que foi baleado”, explicou o delegado.
Os materiais recolhidos no local do incidente foram encaminhados para perícia e a Polícia Civil segue intimando testemunhas para esclarecimentos.”Vamos apurar quais foram as circunstâncias que ocorreu a situação. Em relação ao outro envolvido, iremos esperar o seu restabelecimento para darmos prosseguimento às investigações.
A Polícia também já identificou um adolescente suspeito de ter soltado a pipa com cerol que lesionou o policial militar no pescoço. Essa prática configura crime, já que o uso de cerol é proibido e coloca a vida de outros em perigo.
O caso
Um adolescente de 16 anos, filho do pescador baleado relatou que após o acidente, o policial se retirou do local e retornou armado. O soldado PM teria abordado o garoto, lhe deu tapas e socos porque achava que ele é quem estava soltando pipa com cerol. O adolescente conseguiu fugir e chamar o pai.
“Eu estava vindo da creche com minhas duas filhas, quando vi meu irmão correndo; em seguida, vi o policial perseguindo meu irmão, ameaçando que iria dar tiros nas crianças que estavam na rua. Depois, ele apontou a arma para meu pai e atirou. Foram mais de seis tiros, apenas um atingiu meu pai. Foi uma coisa absurda”, relatou Luciene Rodrigues da Conceição, 26 anos, filha de Onofre da Conceição, que após socorrido, foi submetido a cirurgia e permanece internado na Santa Casa de Corumbá.
A situação acabou revoltando moradores, queimpediram o tráfego na rua Marechal Deodoro na noite do incidente. Eles atearam fogo em galhos, pneus e entulhos para chamar a atenção ao fato ocorrido. Um abaixo-assinado também foi realizado, pedindo o afastamento do policial da corporação.
“Como é possível uma pessoa atirar em outra e sair impune, estando a polícia no local? Queremos justiça, não houve tiroteio algum. Se o policial se acidentou com a linha de pipa, que confirmasse o que realmente ocorreu, agora, ele sair atirando, tendo crianças na rua, foi absurdo. Meu filho foi ameaçado, ele disse ao meu filho que iria dar um tiro na cabeça dele, estamos todos revoltados com a situação”, alegou Elizabeth Duran, enquanto mostrava um dos projéteis deflagrados durante a confusão.
Notícias mais lidas agora
- Polícia investiga ‘peça-chave’ e Name por calúnia contra delegado durante Omertà
- Ex-superintendente da Cultura teria sido morto após se negar a dar R$ 200 para adolescente
- Suspeito flagrado com Jeep de ex-superintendente nega envolvimento com assassinato
- Ex-superintendente de Cultura é assassinado a pauladas e facadas no São Francisco em Campo Grande
Últimas Notícias
Semana começa com 3556 vagas de emprego em Mato Grosso do Sul
São 956 vagas para a capital que abrangem diversas áreas e níveis de escolaridade
Com feira de adoção e desfile de pets, ação em shopping de Campo Grande reforça combate ao abandono animal
Evento foi realizado no shopping Bosque dos Ipês, na tarde deste sábado (14)
Grupo especializado em roubo de camionetes é ligado a facção e usava codificador de chaves
Investigações mostram que ordens de furtos vinham de presídio de Mato Grosso
Lula segue internado e fará exames de sangue, diz boletim médico
Alta está prevista para a próxima semana
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.