Plebe Rude empolga no Lollapalooza com lembranças do rock de Brasília
Dos escombros da era de ouro do rock de Brasília (como mostra o documentário recente de Vladimir Carvalho), a Plebe Rude é uma das únicas bandas que se mantém na ativa com um pouquinho de dignidade. Abrindo a programação do palco principal do Lollapalooza Brasil, neste domingo (08), o grupo até tentou mostrar novidades, mas […]
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Dos escombros da era de ouro do rock de Brasília (como mostra o documentário recente de Vladimir Carvalho), a Plebe Rude é uma das únicas bandas que se mantém na ativa com um pouquinho de dignidade. Abrindo a programação do palco principal do Lollapalooza Brasil, neste domingo (08), o grupo até tentou mostrar novidades, mas só se mostrou relevante ao tirar o pó das músicas de protesto de seu auge, lá da década de 1980.
Quando um punhado de curiosos ainda começava a se posicionar (a área do Jockey Club de São Paulo permanece esvaziada), o quarteto apareceu ao som de uma gaita de fole para tocar “O que se faz”, do álbum “R ao Contrário” (2006). Foi um tiquinho animado, mas a partir de “Censura”, na sequência, que o público começou a pular.
“Minha Renda”, do mesmo álbum, veio depois, auxilada por um sample de quando a Plebe se apresentou no Programa do Chacrinha.
No miolo, o show perde o pique porque, bem, as canções novas do grupo não têm personalidade nesse rock contemporâneo que atira para todos os lados. E Seabra deveria pensar seriamente em seguir só tocando, e não cantando.
Ainda bem que no final vieram enfileirados um punhado de hits: “Johnny Vai à Guerra”, “Proteção”, “Pânico em SP” (dos Inocentes, ex-banda de Clemente, talvez a mais aplaudida do show) e “Até Quando Esperar”.
Um pouco antes, ao meio-dia e meia, Blubell parecia à vontade no palco alternativo. A voz pequena da cantora e o clima jazzístico de suas músicas, mais afeitos à noite, incrivelmente funcionaram com o sol alto. Usando uma espécie de maiô e abusando dos trejeitos, ela conquistou o público que mal havia entrado no Jockey.
Verdade que Blubell até precisou cantar deitada, durante performance dramática de “La Vie En Chose”, para chamar a atenção. Mas a combinação de sensualidade, charme, saxofone e baixo acústico deu certo. A deliciosa “Chalala”, “Mão e Luva” e “Good Hearted Woman”, todas do disco “Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava”, foram algumas que apareceram no show de menos de 30 minutos. Se durasse mais, ninguém ia reclamar.
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