Pintor que matou pai e filho atropelados em ciclovia é indiciado por homicídio doloso

“Minha vida acabou depois disto. Vocês pensam que durmo direito? Deus me livre de ter tirado a vida de duas pessoas”, disse o pintor ainda na delegacia. Inicialmente ele se recusava a falar com a imprensa, mas depois decidiu dar sua versão

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“Minha vida acabou depois disto. Vocês pensam que durmo direito? Deus me livre de ter tirado a vida de duas pessoas”, disse o pintor ainda na delegacia. Inicialmente ele se recusava a falar com a imprensa, mas depois decidiu dar sua versão

Na tarde desta terça-feira, 19, o delegado Luiz Carlos Rodrigues da Silva, da 7ª DP, ouviu pela primeira vez Manoel do Carmo Castro, 49 anos, que foi o responsável pelo !*atropelamento*! seguido de morte de Luiz Carlos de Souza Silva, 47 anos e do filho dele Luiz Vinícius Ramires Silva. As vítimas estavam numa ciclovia quando foram atingidas.

O delegado disse que se baseou em laudos necroscópicos das vítimas e levantamentos da perícia técnica para embasar o indiciamento do pintor por homicídio com dolo eventual. Além de não ter carteira de habilitação, foi constatado que ele dirigia numa velocidade entre 60 e 90 km/h, numa via que o limite máximo é de 40 km/h.

Ao contrário do que se pensava Manoel não estava alcoolizado no momento do acidente. Isto ficou confirmado com base nos depoimentos dos socorristas do Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) e militares da Companhia Independente de Trânsito (Ciptran).

Caso o Ministério Público acate a decisão do delegado e ofereça denúncia ao juiz e este também acate, Manoel do Carmo vai a júri popular.

“Minha vida acabou depois disto. Vocês pensam que durmo direito? Deus me livre de ter tirado a vida de duas pessoas”, disse o pintor ainda na delegacia. Inicialmente ele se recusava a falar com a imprensa, mas depois decidiu dar sua versão.

De acordo com Manoel do Carmo, seu carro, um Escort, modelo antigo, apresentou algum problema mecânico que ele não soube precisar qual foi. Isto teria feito com que ele perdesse o controle da direção, invadisse a ciclovia e atingisse as duas vítimas. O pai morreu horas depois na Santa Casa e o adolescente no dia seguinte, no mesmo hospital. O pintor também foi socorrido para a mesma unidade hospitalar por ter fraturado o nariz.

Manoel revelou que tem seis filhos e dois netos, mas é separado. Depois do acidente não voltou mais para o bairro Zé Pereira, onde morava e ocorreu o fato. Ele diz que tem trabalhado como pintor, porém, dirigir nunca mais quer como fez por três anos sem habilitação. Ele justifica não ter CNH por não ser alfabetizado.

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