PGR reage a críticas de “pessoas que estão morrendo de medo do Mensalão”

“O que temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do Mensalão”. A frase, entoada com indignação, é do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao reagir às insinuações de que foi omisso ao não determinar, em 2009, quando da Operação Vegas, a investigação da ligação do empresário-contraventor Carlinhos Cachoeira com o […]

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“O que temos são críticas de pessoas que estão morrendo de medo do julgamento do Mensalão”. A frase, entoada com indignação, é do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, ao reagir às insinuações de que foi omisso ao não determinar, em 2009, quando da Operação Vegas, a investigação da ligação do empresário-contraventor Carlinhos Cachoeira com o senador Demóstenes Torres e os deputados federais goianos Carlos Leréia (PSDB) e Sandes Júnior (PP).

“São pessoas que, na verdade, aparentemente estão muito pouco preocupadas com as denúncias em si mesmas, com os fatos, os desvios de recursos e a corrupção, e mais preocupadas com a opção que o procurador-geral, como titular da ação penal, tomou em 2009, opção essa altamente bem sucedida. Não fosse essa opção, nós não teríamos a Operação Monte Carlo, não teríamos todos esses fatos que acabaram vindo a tona. Há um desvio de foco que eu classificaria como no mínimo curioso.”, acrescentou o chefe do Ministério Público.

Cercado pelos jornalistas, no intervalo da sessão plenária do Supremo Tribunal Federal, Roberto Gurgel desabafou: “Na verdade, eu não posso ficar me preocupando com o que acontece a cada momento, a cada segundo na comissão (a Comissão Parlamentar de Inquérito mista instalada no Congresso). Eu tenho que me preocupar em levar adiante a investigação. O que parece haver é uma tentativa de imobilizar o procurador-geral da República para que ele não possa atuar como deve — seja no caso que envolve o senador Demóstenes e todos os seus desdobramentos, seja na preparação do julgamento do Mensalão”.

Mensalão

Com relação à denúncia do Mensalão — formalizada pelo seu antecessor, Antonio Fernando de Souza — o atual chefe do Ministério Público foi categórico: “Esse é o atentado mais grave que já tivemos à democracia brasileira. É compreensível que algumas pessoas que são ligadas a mensaleiros tenham essa postura de querer atacar o procurador-geral, e querer também atacar ministros do Supremo com aquela afirmação falsa de que eu estaria investigando quatro ministros do STF”.

À pergunta de se haveria algum réu do Mensalão como mentor dessas críticas, Roberto Gurgel respondeu: “Eu acho que se não réus, há protetores de réus como mentores disso”.

Mas não disse de quem suspeitava: “Eu acho que é notório, e fatos notórios independem de prova”, afirmou. E não respondeu diretamente à pergunta de se achava que José Dirceu — o principal réu da ação penal — estaria à frente dos ataques à sua pessoa.

“Há pessoas que foram alvo da atuação do ministério público, e ficam querendo retaliar. Isso é natural. E há outras pessoas que têm notórias ligações com pessoas que são réus no Mensalão”, concluiu.  

 

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