PF apura paradeiro de corpos citados por ex-delegado da ditadura

Após as revelações do livro “Memórias de uma Guerra Suja”, em que o ex-delegado Cláudio Guerra afirma ter matado e incinerado corpos de presos políticos na ditadura militar, a Polícia Federal abriu uma investigação sobre o paradeiro das supostas vítimas no caso, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo. O ex-policial prestou […]

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Após as revelações do livro “Memórias de uma Guerra Suja”, em que o ex-delegado Cláudio Guerra afirma ter matado e incinerado corpos de presos políticos na ditadura militar, a Polícia Federal abriu uma investigação sobre o paradeiro das supostas vítimas no caso, de acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo.

O ex-policial prestou depoimento a um delegado da PF há cerca de um mês, que chegou ao conhecimento da presidente Dilma Rousseff e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mas é mantida em sigilo. A intenção é enviar as informações à Comissão da Verdade, ainda não instalada.

Guerra levou uma equipe da Polícia Federal a quatro cidades onde diz ter ocultado cadáveres de militantes: Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Petrópolis (RJ) e Campos (RJ). Ontem, o site do livro “Memórias de uma Guerra Suja”, em que o ex-agente narra as mortes, identificou a 11ª suposta vítima de incineração: Armando Teixeira Fructuoso, ex-dirigente do PC do B desaparecido em 1975.

Segundo os autores do livro, Marcelo Netto e Rogério Medeiros, a PF foi procurada após ameaças feitas por um ex-agente envolvido no atentado do Riocentro, do qual o ex-delegado diz ter participado. O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do DOI-Codi apontado no livro como coautor de assassinatos, disse não conhecer Guerra e ameaçou processá-lo.

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