O ministro Cezar Peluso votou pela condenação do João Paulo Cunha (PT-SP) pelos crimes de corrupção passiva e peculato (uso de cargo público para o desvio de recursos), em sessão do julgamento do mensalão nesta quarta-feira (29). Peluso absolveu o deputado em uma segunda acusação de peculato.

Agora, cinco dos 11 ministros da Corte já votaram pela condenação do deputado. Para que ele seja condenado, é necessário apenas mais um voto de um dos quatro ministros que ainda julgarão o réu.

Cunha, que atualmente é deputado federal e único dos réus candidato nas eleições deste ano –ele concorre à Prefeitura de Osasco (SP)–, é acusado de ter recebido R$ 50 mil do grupo do publicitário Marcos Valério em troca de favorecimento à agência SMP&B em uma licitação para contratos com a Câmara, quando ele era presidente da Casa (entre 2003 e 2005).

A defesa do deputado diz que os recursos não têm relação com o contrato e que foram usados para pagar despesas eleitorais do PT.

“A pergunta que fica e que é o cerne desta acusação é: ‘a que se destinava a este pagamento?’. João Paulo alega que era por parte do PT para pesquisas eleitorais em Osasco. A alegação é absolutamente inverossímil e as razões são varias. O réu mentiu no relatório final do Conselho de Ética e não tinha por que fazê-lo se era dinheiro do seu partido”, afirmou Peluso, em referência a depoimentos contraditórios de Cunha.