Decidido a fazer campanha contra o deputado federal Edson Giroto (PMDB) por ver impedimento ético na candidatura, o deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB) não deverá enfrentar problemas no PMDB por conta de sua infidelidade partidária. Colegas de Assembleia Legislativa e de partido classificaram como natural o posicionamento do parlamentar, acrescentaram ainda respeitar a decisão e não tomar medidas contra ele.

Para Marquinhos, a escolha de Giroto vai na contramão do atual clamor da população que, na sua opinião, cobra conduta correta dos políticos. O deputado federal enfrenta processo no STJ (Superior Tribunal Federal) por suspeita de montar fraude para prejudicar a reeleição do então deputado estadual Semy Ferraz, nas eleições de 2006.

“Pela gravidade desta denúncia e pela livre vontade de tentar prejudicar um ser humano, não pedirei votos para ele (Giroto)”, avisou Marquinhos. Ele pretende apoiar o presidente regional do PSD, Antônio João Hugo Rodrigues, na corrida pela sucessão da prefeitura da Capital. “Se o Antonio João não disputar, vou apoiar o deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB)”, emendou.

“Em todos os partidos tem lideranças que fazem campanha para candidatos de outras siglas”, minimizou o líder do PMDB na Assembleia, deputado Eduardo Rocha. “Não vejo problema nisso, mas eu sou fiel, fiel”, acrescentou. Ele admitiu ainda que nas eleições de 2010 “muita gente da minha turma pediu votos para o Delcídio do Amaral (PT)”, candidato a mais um mandato de senador pela coligação contrária do PMDB.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jerson Domingos (PMDB), também analisou com naturalidade o posicionamento de Marquinhos. “É uma posição pessoal dele e eu respeito”, comentou. “Não vejo isso como uma insubordinação”, completou. Recentemente, Jerson admitiu votar em Delcídio em eventual disputa com o PMDB pelo Governo do Estado, em 2014.