Pedestres têm dificuldade para atravessar avenida em frente ao Terminal Aero Rancho
Mesmo com a campanha “Pedestre, eu cuido!”, que garante o direito ao pedestre de atravessar as vias de Campo Grande com segurança, enquanto estiverem em faixa que não tenha semáforo, é perceptível o receio de muitos em relação à atitude dos motoristas. Em menos de uma hora observando o movimento na entrada do Terminal Aero […]
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Mesmo com a campanha “Pedestre, eu cuido!”, que garante o direito ao pedestre de atravessar as vias de Campo Grande com segurança, enquanto estiverem em faixa que não tenha semáforo, é perceptível o receio de muitos em relação à atitude dos motoristas. Em menos de uma hora observando o movimento na entrada do Terminal Aero Rancho, em Campo Grande, onde há uma faixa de pedestre, a equipe de reportagem do Midiamax flagrou vários desrespeitos à sinalização.
Na avenida Gunter Hans, o fluxo de carros é intenso, assim como o de pessoas que entram e saem do terminal. A dificuldade no local é conseguir atravessar a via sem ter que esperar os veículos passarem ou sem ter que sair correndo em cima da faixa de pedestre para não ser atropelado.
Proprietário de uma lanchonete em frente ao terminal, Luis Antônio dos Santos, 34 anos, conta que atravessa a avenida várias vezes por dia e sempre enfrenta o mesmo problema. “O pessoal não respeita e no final da tarde é pior”, reclama. Segundo ele, ali é cenário de muitos acidentes e atropelamentos.
O garapeiro que fica ao lado da lanchonete de Luis confirma a informação. “Aqui acontece uns dois ou três casos por semana”, denuncia Gerson Rodrigues da Silva, 62 anos. Para ele, um semáforo ou uma lombada no local resolveria ou pelo menos amenizaria o problema.
Receoso, o serralheiro Gilsinei Aparecido Nunes, 31 anos, não sabia se ousava atravessar ou se esperava parar o fluxo de carros. Na dúvida, ele resolveu sair correndo para não ter riscos. Mesmo assim, perto de chegar do outro lado da avenida, quase foi atropelado por uma motocicleta. “Acho que os motoristas ainda não se acostumaram com essa ideia de ter que parar para os pedestres passarem”, acredita.
A funcionária pública Adriana Rosário, 44 anos, preferiu não correr riscos e esperou até que um carro parasse para ela atravessar. Assim que ela concluiu a travessia, o motorista continuou o percurso e acenou para a reportagem do Midiamax, com um sorriso orgulhoso por ter sido flagrado cumprindo uma “boa ação”. “Ele parou só porque vocês estão aqui, eu já cheguei a ficar 10 minutos esperando os carros passarem”, conta Adriana assim que conseguiu chegar do outro lado da avenida.
Para a gerenciadora Kenni Marceli, 28 anos, a campanha surtiu efeito e ela diz que vê resultados. “Acho que o pessoal está respeitando, sim”, afirma, mesmo tendo parado por alguns segundos e só atravessado depois que o primeiro carro deu passagem a ela.
Sem conhecer as novas regras no trânsito de Campo Grande, o marceneiro Josias Teixeira Lemos, 42 anos, perdeu alguns minutos parado em frente ao Terminal Aero Rancho esperando para atravessar a avenida com segurança. Após ser orientado de que agora os carros precisam parar para ele passar, Josias disse que da próxima vez fará o teste. “Agora vou acenar quando eu tiver que atravessar, vamos ver se vai dar certo”.
Onde atravessar
Mas a campanha não traz apenas benefícios para os pedestres, eles também precisam andar na linha, ou melhor, na faixa. Em ruas ou avenidas onde não tiverem semáforos, quem está a pé só ganha o direito dos motoristas pararem se atravessarem na faixa de pedestre.
A doméstica Marina Souza de Oliveira, 42 anos, mesmo tendo consciência disso, atravessou a avenida Gunter Hans a alguns metros do local correto. “Sei que se acontecer algo não tenho o direito de reclamar, mas eu estou com pressa”, justifica.
O mesmo aconteceu com o estudante Gabriel Ferro, 16 anos, que atravessou fora da faixa de pedestre e quase foi atropelado. “Estava mais perto atravessar lá”, disse ele, um pouco envergonhado pela falha.
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