Os principais partidos políticos começaram nesta segunda-feira a costurar as alianças que necessitam para o segundo turno das eleições municipais, que serão realizadas em 28 de outubro em 50 grandes municípios, incluindo São Paulo, o maior colégio eleitoral do país.

O candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, que ficou em 2º nas eleições deste domingo, deu hoje o primeiro passo para conseguir em nível local o apoio das forças que em esfera nacional sustentam o governo da presidente Dilma Rousseff.

Haddad informou hoje que conversou com os dois principais candidatos que ficaram fora do segundo turno, Celso Russomano, do Partido Republicano Brasileiro (PRB), e Gabriel Chalita, do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), ambos da base governista do PT em esfera federal.

“Me comuniquei com ambos para parabenizá-lo pelos resultados. Tiveram uma grande participação e manifestei meu desejo de que estejamos juntos no segundo turno”, afirmou Haddad, escolhido a dedo pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT em São Paulo.

, candidato do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), foi o mais votado em São Paulo, com 30,75% dos 8,6 milhões de votos. Serra teve apenas 108.000 votos de vantagem sobre Haddad, que obteve 28,98%.

Como nenhum dos dois alcançou mais da metade dos votos, terão que definir em uma nova eleição, daqui a três semanas, o sucessor do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

“Os eleitores de São Paulo deixaram claro que querem uma mudança na cidade. Tanto Russomanno como Chalita defenderam em suas campanhas mudanças em São Paulo e se posicionaram contra a atual administração”, afirmou Haddad ao considerar natural que estes dois candidatos o apóiem.

O PRB de Russomanno e o PMDB de Chalita são aliados do PT que apoiaram o governo Lula e fazem parte da base de Dilma, e a intenção de Haddad é repetir em São Paulo a aliança nacional.

A ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, confirmou hoje que Dilma, que participou de um dos comícios de campanha de Haddad, participará mais ativamente na campanha do candidato.

Sua decisão pode influenciar os partidos cortejados por Haddad porque o PMDB ocupa vários ministérios e o PRB está representado no governo pelo senador Marcelo Crivella, ministro da Pesca, e que além disso é pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, grupo evangélico que apoiou Russomanno.

Após um encontro que teve hoje com Dilma, o vice-presidente da República, Michel Temer, do PMDB, disse que o partido definirá na terça-feira o possível apoio formal a Haddad.

“Vou me reunir com os dirigentes municipais para examinar isso”, afirmou Temer, que em seu encontro com a presidente discutiu possíveis alianças do PT e do PMDB em vários municípios.

Serra, por sua parte, disse hoje em entrevista à rádio Jovem Pan que conversará com outros partidos e candidatos que não passaram do primeiro turno, mas ressaltou que “a aliança prioritária é com os eleitores”.

Em Salvador, outra das 17 capitais regionais nas quais haverá segundo turno, Nelson Pelegrino, candidato do PT, também espera conseguir o apoio do PMDB, cujo candidato ficou em terceiro lugar, mas um setor desse partido prefere se aliar a ACM Neto, do Democratas. O PMDB, apesar de apoiar Dilma, faz oposição ao PT na Bahia.

No primeiro turno foram eleitos os prefeitos de nove capitais regionais: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, Goiânia, Maceió, Palmas, Aracaju e Boa Vista.

Haverá segundo turno em São Paulo, Salvador, Fortaleza, Curitiba, Manaus, Florianópolis, Rio Branco, Macapá, Vitoria, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, Belém, João Pessoa, Teresina, Natal e Porto Velho, assim como em outras 33 grandes cidades.