A importância da autorregulamentação comercial do mercado publicitário por meio da certificação das agências de publicidade pelo Conselho executivo das Normas Padrão – CENP, foi um dos temas discutidos por publicitários, anunciantes e representantes de veículos de comunicação durante o VII Encontro Nacional das Lideranças Publicitárias. Para o presidente do Conselho, Caio Barsotti, a certificação garante o equilíbrio do mercado e a valorização das agências de propaganda.

A autorregulamentação do mercado da publicidade teve início em 1980, com a criação do Conar, e posteriormente foi ampliada por meio da constituição do CENP, este último com o objetivo de zelar pelo relacionamento comercial entre os três principais segmentos do setor: anunciantes, agências de propaganda e veículos de comunicação.

“É um processo em que todas as partes envolvidas concordam em estabelecer um conjunto de regras, sem a presença do Estado e em estrita conformidade com a lei, com a finalidade de garantir a ética, a segurança, a eficiência e a responsabilidade concernentes a seus produtos e serviços”, explicou Barsotti.

Segundo ele, o fato de nem todas as agências estarem certificadas pelo CENP “é um dilema nacional, visto que estamos em um País onde impera a lei do livre mercado, a livre concorrência, e não há a obrigatoriedade da certificação”. No entanto, conforme argumentou, a certificação valoriza as agências, consolida a capacitação técnica e contribui para um mercado cada vez mais ético, saudável e inserido em um processo de expansão constante.

“Muitas agências buscam a certificação, mas parte delas não obtém sucesso em função do fato de não conseguirem atingir todos os indicadores de qualidade ou ainda porque os seus proprietários convivem com o conflito de interesses em seus negócios”, disse Caio Barsotti, ao citar como exemplos dessa situação a execução, pela agência, de atividades como a realização de pesquisas e exploração de veículos de comunicação, dentre outros.

Segundo ele, essa condição independe do tamanho da agência e de sua estrutura. “Empresas de pequeno porte conseguem a certificação, enquanto que outras, com maior estrutura, não conseguem. Para serem certificadas, essas empresas têm de se adequar a uma série de indicadores de qualidade e, além disso, são fiscalizadas pelo CENP, podendo perder a certificação caso deixem de cumprir as normas previamente estabelecidas e acordadas”, explicou.

Ao finalizar, ao discorrer sobre a importância da certificação para o amadurecimento do mercado por meio de seu equilíbrio, ele fez uma analogia: “garantir as condições para a melhoria do mercado equivale a uma partida de tênis de mesa. Não dá para jogar sozinho. Todos têm que participar para que os resultados buscados sejam alcançados”.