Para ajudar crianças em abrigo é preciso se inscrever no Projeto Padrinho

Assistente social do TJMS explica que o importante é a pessoa querer ajudar

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Assistente social do TJMS explica que o importante é a pessoa querer ajudar

Crianças e adolescentes abrigadas têm a sua disposição moradia, alimentação, cuidados básicos com a saúde e a educação, mas as necessidades de qualquer ser humano vão além. Todos precisam de carinho, referência, vínculos afetivos, e foi para suprir isso que surgiu o Projeto Padrinho.

Há quase 12 anos em funcionamenro, o projeto que surgiu na 1ª Vara da Infância e da Juventude de Campo Grande-MS busca apoio financeiro e afetivo para as crianças, adolescentes e famílias em risco.

Atualmente, cerca de 180 crianças vivem em 14 abrigos na Capital, aponta Carmem Regina Samogin Lima, assistente social do núcleo de adoção da Vara da Infância, Juventude e do Idoso. Muitas dessas crianças e adolescentes já têm padrinhos, que vão visitá-las, levam para passear, para o convívio da família, estes são chamados de Padrinho Afetivo.

Outros preferem pagar um curso para o abrigado, ajudá-lo a se inserir no mercado de trabalho, que são os Padrinhos Prestadores de Serviço ou Empresa, Entidade ou Instituição Madrinha.

Não importa onde a pessoa se insere. O que vale é ajudar. E as necessidades são muitas. Carmem conta que um dos abrigos conseguiu bolsas para as crianças frequentarem a escolinha de futebol do Santos, por meio do projeto Padrinho os uniformes também foram garantidos.

Agora a necessidade é que alguém arque com o custo do vale-transporte das crianças. Ao todo são cinco crinças que utilizam cada uma seis vale-transportes por semana. O que dá 30 passagens semanais.

Mais quatro crianças querem estudar violão. O professor se comprometeu em ir até o abrigo ensinar as crianças, mas o curso custa R$ 50 por mês e elas estão sem padrinho.

Outro adolescente estava fazendo um curso de capacitação profissional. O padrinho que pagava o curso desistiu de ajudar e agora o projeto busca com urgência alguém que pague a mensalidade de R$ 75 para o menino não perder o que já fez. Ao todo, são mais 12 parcelas.

Um jovem quer fazer curso de artes-marciais. O projeto não sabe quanto custa, mas gostaria de poder ver mais um dos garotos sorrir.

Três meninas querem fazer curso de beleza (manicure, pedicure, cabeleireira). E o projeto também busca padrinhos para elas.

A assistente social lembra que a capacitação é uma forma de garantir o futuro destes meninos e meninas. Ela conta que na maioria dos casos, a idade dos abrigados não condiz com o grau de escolaridade, por isso eles não conseguem participar de cursos do governo, por exemplo. Daí a necessidade do apadrinhamento.

Projeto Padrinho

O Projeto Padrinho auxilia o judiciário como apoio técnico e cria oportunidades de crianças fora da faixa etária de adoção convencional de serem adotadas em razão do convívio familiar.

As formas de aprinhamento são: padrinho afetivo – proporciona atenção e carinho à criança abrigada; padrinho voluntário – faz algum tipo de trabalho esporádico nas entidades de acolhimento; prestador de serviço – aquele que atende os abrigos de acordo com sua especialidade profissional, de maneira gratuita ou com ajuda material.

Os interessados em estabelecer parcerias ou fazer parte do Projeto Padrinho podem procurar o Fórum de Campo Grande ou na Coordenadoria da Infância e da Juventude, situada na Rua das Garças, 1140, em Campo Grande, ou pelos telefones 3317-3992/3429.

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