“Sugiro que as famílias mantenham horários sagrados”, diz padre

Em breve passagem pela Capital, para divulgar o seu mais novo projeto religioso, o padre Marcelo Rossi conversou com a reportagem do Midiamax. Simpático, com voz tranquila e olhar doce, ele respondeu aos questionamentos e falou sobre polêmicas, como a perda de fiéis da igreja católica.

Marcelo Mendonça Rossi nasceu no dia 20 de maio de 1967, em São Paulo. Aos 22 anos, se formou em Educação Física, época em que perdeu um primo em um acidente de carro e descobriu que sua tia tinha um tumor maligno na cabeça. Foi o momento de reencontro com Deus e seu retorno à Igreja, sendo ordenado padre em 1994. Hoje, aos 45 anos, ele é considerado um mito da Renovação Carismática.

Midiamax – Este mês de julho você está de férias, não realizando as missas diárias no Santuário Mãe de Deus, em São Paulo, para percorrer diversas cidades do País e divulgar o seu mais novo projeto Ágapinho. Então nos conte um pouco sobre ele.

Marcelo Rossi – Primeiro, você é mãe? Porque se for, posso te dizer que realmente vale a pena. Eu tenho dois sobrinhos de cinco e oito anos que amo muito. Quando os via brincando com joguinhos que, quanto mais matava mais ganhava pontos, pensei que tinha de fazer algo útil a eles. E sabendo que hoje se tem muita informação, mas pouca formação, contei com a ajuda da mãe deles, que é psicopedagoga e trabalha com crianças e jovens do ensino médio. Então mudamos a linguagem do Àgape, que já foi apresentado com sucesso para mais de 28 milhões de pessoas no Brasil e também em países como a Espanha e . Quero muito ver crianças que entendam o amor divino e por isso acho que fui feliz em trazer essa linguagem que infantil, simples, que atenda ao público de três a seis anos de idade.

Midiamax – O que é feito com a renda dos CD´s e livros que escreve?

Marcelo Rossi – Como se trata de uma obra circular, toda a renda é minha, mas destino todo o dinheiro para uma comissão que organiza a construção do Santuário Mãe de Deus para cem mil pessoas, um local que será muito especial. E o Ágape é um projeto que fala do amor incondicional, divino e sem cobranças, como o amor de Deus por nós. É o contrário do amor Eros, que é egoísta, possessivo, no qual uma pessoa é capaz de matar a outra.

Midiamax – Sei que é a primeira vez que visita Campo Grande, sexta cidade escolhida para divulgar o seu projeto Ágapinho. E por onde passa é sempre um tumulto de fãs e fiéis. Como é ser um padre celebridade, assim como também é considerado o padre Fábio de Melo?

Marcelo Rossi – Hoje mais do que nunca somos bombardeados por informações e sei que mais de 2,6 milhões de pessoas me acompanham diariamente. Então, estar ao vivo nas televisões e missas, levando a palavra de Deus para todos é fundamental.

Midiamax – E qual a sua opinião sobre a relação da mídia com a igreja católica?

Marcelo Rossi – Investir na comunicação, principalmente para não perder fiéis é essencial. No dia 20 de outubro de 2010, quando recebi o prêmio Evangelizador Moderno Van Thuân, do Vietnã, pelas mãos do papa Bento XVI, entreguei o Ágape para ele e recebi como resposta que o meu trabalho de amor está sendo levado e reconhecido por pais, padrinhos, avós e pessoas que ainda insistem na educação para formar famílias. Sei que a mídia tem o seu papel também evangelizador e agradeço muito por isso.

Midiamax – O que acha da polêmica envolvendo o padre Benedito de Oliveira, que foi impedido de ministrar missas de cura em Mato Grosso do Sul, a não ser no município de Dois Irmãos do Buriti, com a justificativa de que o método adotado por ele foge da liturgia da igreja?

Marcelo Rossi – Essa história é uma surpresa para mim, porque não sabia de nada. Mas, se o arcebispo tomou essa decisão é porque sabe o que está fazendo. Fico muito feliz em saber que temos padres que alegram os fiéis, mas sei que existem casos em que alguns deles exageram. Só que não posso dizer nada sobre o padre Benedito porque não o conheço.

Midiamax – O que a igreja católica está fazendo para não perder os seus fiéis?

Marcelo Rossi – Sei que os católicos realmente estão diminuindo a cada ano. Mas não devemos atacar os evangélicos. Eu, inclusive, gosto e tenho vários amigos dessa religião, além de gravar muitas músicas evangélicas. Por isso devemos utilizar a mídia e também reunir os católicos, como foi feito na Marcha para Jesus que reuniu mais de 500 mil fiéis. E agradeço em especial a Xuxa, que me colocou há 14 anos em meio as crianças e na mídia, falando de músicas como “os animaizinhos” e “erguei as mãos”.

Midiamax – Me fale um pouco da sua rotina. Está fazendo ginástica, parece que engordou um pouquinho…

Marcelo Rossi – Abusei demais da esteira e tive um rompimento no tendão e também problemas nas pernas. Não precisei de cirurgia, graças a Deus, mas sim fisioterapia e remédios, que já eliminaram o problema. Acontece que os anti-inflamatórios que tomo possuem corticoides e isso me deixou um pouco inchado. Mas agora, após as férias, volto à peregrinação.

Midiamax – Por último, deixe um recado a aqueles que estão distantes de Deus e das suas famílias.

Marcelo Rossi – Hoje mais do que nunca tenho consciência do meu papel, que é falar sobre o amor de Deus, por isso ele me voltou ao Àgape e ao Àgapinho. Temos de combater o ódio que atinge seres de todas as idades e somente com o amor de Deus vamos ser completos e repassar este sentimento no nosso dia-a-dia, no ambiente de trabalho e na família. Por isso sugiro que as famílias mantenham horários sagrados, como o café da manhã, almoço e . É certo não perder este momento, degustar e ao mesmo tempo conversar com os pais, irmão, esposa, sentindo a presença de Deus naquele local.