Oposição síria forma nova aliança, mas não põe fim à divisão no país
Mesmo com a ausência de importantes grupos opositores, parte da oposição síria conseguiu firmar um acordo neste domingo para dar início a uma nova aliança no país, a qual tentará reduzir a divisão existente, mas seguirá dominada pelo Conselho Nacional Sírio (CNS). A cúpula iniciada há uma semana em Doha pelo CNS – confrontada por […]
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Mesmo com a ausência de importantes grupos opositores, parte da oposição síria conseguiu firmar um acordo neste domingo para dar início a uma nova aliança no país, a qual tentará reduzir a divisão existente, mas seguirá dominada pelo Conselho Nacional Sírio (CNS).
A cúpula iniciada há uma semana em Doha pelo CNS – confrontada por uma crescente perda de credibilidade e apressada pelos países ocidentais e árabes que o apoiam – acabou resultando hoje na chamada Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e a Oposição Síria (CNFROS).
No entanto, como reconhecem os próprios dirigentes do CNS, esta nova aliança já nasce marcada pela ausência de vários grupos opositores importantes.
O pacto estipula a criação de uma coalizão que contará com um corpo judicial em “zonas liberadas” dentro da Síria, a qual apoiará os conselhos militares rebeldes e atuará como autoridade interina até uma hipotética derrocada do regime de Bashar al Assad.
O presidente deste órgão, eleito por unanimidade, será o clérigo Ahmed Muaz Al Khatib, antigo ímã da Grande Mesquita dos Omíadas em Damasco, detido em várias ocasiões após a explosão da revolução síria em março de 2011.
O CNFROS também contará com dois vice-presidentes, o ativista Zuheir el Atasi e o histórico opositor Riad Seif – pai intelectual da iniciativa que propôs a abertura do CNS ao resto dos grupos opositores -, e um secretário-geral, Mustafa Sabagh.
Logo após a conclusão da votação, o opositor veterano Haizam el Maleh anunciou que outra Vice-Presidência também será reservada a algum representante da minoria curda.
Segundo a minuta do comunicado final, o novo agrupamento se compromete a “não negociar e nem conversar com o regime” até sua queda, e reivindica a queda completa do do regime “com todos seus símbolos e partes”.
Além disso, o novo grupo opositor também contempla a formação de um Governo de transição depois de obter o reconhecimento internacional.
O dirigente do CNS Ahmed Ramadan explicou à Agência Efe que o acordo foi assinado por várias organizações, sem especificar quais, embora também tenha reconhecido que ainda faltam muitos grupos opositores importantes.
“A ausência das principais facções opositoras debilitou as reuniões e minimizou a importância do acordo”, lamentou o dirigente.
Um dos grupos mais relevantes que nem sequer participou das conversas de Doha é o chamado Conselho de Coordenação Nacional (CCN), que conta com uma forte presença dentro de território sírio e é mais tolerável a uma suposta negociação com o regime.
Em declarações a Agência Efe, o porta-voz do CCN, Khalaf Dahud, assegurou que seu grupo não está de acordo com as reuniões de Doha e que, neste aspecto, aposta em uma “união real e capaz de representar toda a população”.
“Isto (a formação da nova coalizão) é apenas uma recriação do CNS, que não é democrático e também não representa a população”, apontou Dahud, que ressaltou que este conselho acaba imitando as maneiras “ditatoriais” do regime de Bashar al Assad e cedendo aos “interesses de grupos regionais e internacionais”.
“Assad não vai cair pela força, já que mantém o predomínio militar. O que deveria haver é uma negociação com o regime para por um fim na violência”, enfatizou Dahud, que também chamou a atenção sobre a falta de representação de minorias como a curda.
Enquanto a oposição buscava uma união nos corredores do hotel Sheraton de Doha, a guerra civil continuava intensa na Síria.
O rebelde Exército Livre Sírio (ELS) deu hoje um prazo de 72 horas aos embaixadores estrangeiros em Damasco para que abandonem o país por sua própria segurança, já que o grupo tem intenção de lançar operações “no coração do regime”.
Em paralelo a esse anúncio, o Exército leal ao regime bombardeou hoje as regiões de Ras al Ain, próximo à fronteira com a Turquia, onde inúmeros confrontos contra opositores também foram registrados.
“As tropas governamentais bombardearam Ras al Ain, na província setentrional de Hasaka, que os rebeldes do Exército Livre Sírio (ELS) estão tentando controlar”, afirmou o porta-voz da rede opositora Sham na zona Salah al Kurdi.
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