O cuidado acontece principalmente por conta de mortes de homens da categoria em São Paulo e em Santa Catarina, sendo que a ‘confusão das fardas’ pode ser um dos motivos do ataque.

Por ter o fardamento de cor azul, assim como da PM (Polícia Militar), os guardas municipais de Campo Grande também estão em alerta com relação a possíveis ataques de facções criminosas no Estado.

 O cuidado acontece principalmente por conta de mortes de homens da categoria em São Paulo e em Santa Catarina, sendo que a ‘confusão das fardas’ pode ser um dos motivos do ataque e eles se dizem sem armas e equipamentos necessários.

”Estamos recomendando aos colegas que circulam nos coletivos e também andam de motos para não sair mais de casa fardado e sim colocar o uniforme no trabalho. É uma prevenção a mais”, fala um guarda municipal que monitora o lixão em Campo Grande.

Assim como ele, o guarda afirma que ‘ainda não há nada de concreto, nem informado pelo comandante, mas as suspeitas já deixam a corporação em alerta’. “Não nos custa nada manter a cautela. Somos pais de família e a nossa única proteção é o porrete”, afirma o guarda.

Ampliação de poderes

Com a nova lei que amplia os poderes da categoria, representada atualmente por 1,3 mil guardas no Estado, os guardas agora podem realizar abordagens em suspeitos, sem que para isso estejam diante de uma situação de flagrante.

”Agora, com suspeita fundada, podemos revistar qualquer pessoa. Antes, quando prendíamos um suspeito, o advogado dele ia para a delegacia e falava sempre que a guarda não tinha esse poder. Agora isso acabou, bem como o costume de vermos usuários na região central, por exemplo, e não termos o direito de fazer algo”, comenta o guarda que também atua no lixão.

A modificação consta no artigo 81, da Lei Orgânica do município, ampliando a área de atuação dos guardas municipais. Com a mudança, eles vão passar a cuidar e proteger também a integridade física da população campo-grandense.

Na ocasião da mudança, em 25 de outubro deste ano, a categoria disse que a ‘próxima luta seria o reajuste salarial’, além de aguardar as armas cedidas pela prefeitura.

Interior

Ao que parece, a situação no interior do Estado é a mesma. Ao Midiamax, o presidente da associação de Cabos e Soldados de Dourados, Aparecido Lima, disse que a PM do município está com baixo efetivo e ‘em alerta máxima em função dos ataques da organização criminosa que supostamente chegaram ao Estado’.

Segundo Lima, os policiais da cidade receberam fotos do comando da PM, com a imagem de cerca de cinco dos integrantes da facção, que sairam ou fugiram de presídios e, mesmo do semi-aberto, poderiam realizar um ataque surpresa.

Além disso, o cabo diz a abordagem a suspeitos não mais está sendo realizada com apenas uma viatura. “Sempre pedimos reforço, e fazemos a abordagem com mais cautela, duas ou três viaturas em lugar de risco”, ressaltou o presidente da ACS.

Preocupados com o reforço, os policiais disseram que o efetivo está escasso principalmente porque ‘não há novos concursos e a aposentadoria dos servidores não é reposta por novos profissionais’.