A III Semana do Índio da OAB/MS, que vai do dia 26 a 28 de abril, pretende mostrar os vários lados da cultura indígena no Estado, que tem a segunda maior população de índios do Brasil. O evento acontece no Museu das Culturas Dom Bosco e terá exposição de objetos, dança e culinária, além várias outras atividades, que fazem parte de nosso cotidiano, mas, muitas vezes são ignoradas. Vários hábitos, palavras e manias da população vieram dos indígenas, que hoje são retratados como números e brigas em decisões judiciais em propriedades rurais, de acordo com a presidente da COPAI (Comissão Permanente de Assuntos Indígenas), Samia Roges Barbieri.

O Dia do Índio é celebrado no dia 19 de abril, em referência à participação de lideranças indígenas no primeiro Congresso Indigenista Interamericano, realizado no México em 1940. xxxxxxxxxxxxx Para a advogada e presidente da COPAI, Sámia Roges Jordy Barbieri, há muito e estigmas quando se fala da população indígena. “É preciso acabar com o estigma que assimila índio a terra e morte. Queremos mostrar o lado bom”, explica.

Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população de indígenas do País, dentre elas as etnias Guarany Kaiowá e os Kadiwéus. Samia lembra que estas culturas fazem parte da formação de nossa cultura, mas, estão deixadas de lado. “Quem nunca tomou um chá para passar a dor de cabeça ou deitou em rede para descansar? Nós herdamos isso dos índios, devemos relembrar nossas origens”, argumenta.

Segundo a presidente da COPAI, assim como a cultura indígena está integrada com a sociedade urbana, a recíproca também acontece. “Em nossos trabalhos ouvimos pessoas dizendo: ‘índio que usa notebook e internet não é índio’. Eles migaram para as cidades e passam a conviver com a tecnologia, mas, nem por isso deixam sua cultura e costumes para trás”, comenta.

O lançamento acontece no dia 26, às 18h30, no Museu das Culturas Dom Bosco, localizado no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande.