Marca que comercializa produtos para produzir refrigerantes em casa desafia gigantes do setor ao associá-los à produção de lixo

A marca SodaStream comercializa um sistema de gaseificação de bebidas que, segundo a fabricante, faz com que famílias economizem até 2 mil garrafas plásticas por ano. Com a linha de produtos, é possível, por exemplo, produzir refrigerante de cola em casa – a SodaStream vende desde a máquina de produção de gás até xaropes de diferentes sabores para produzir a bebida.

Para transmitir seu conceito “sustentável”, a empresa contratou ninguém menos que Alex Bogusky, por meio de sua Common, a comunidade de criativos para desenvolver negócios especializados em sustentabilidade criada em 2011. O resultado é um comercial que mostra, na prática, como as máquinas da SodaStream excluem a necessidade de comprar garrafas PET (assista abaixo).

 

O comercial foi exibido em diversos mercados, como Estados Unidos, Austrália e Suécia. Por aqui, a campanha não foi veiculada (os produtos da SodaStream são importados pela M.Cassab, que não tem planos de veicular campanha em mídia para a marca antes do fim de 2013). No Reino Unido, porém, ele foi barrado pelo ClearCast, uma espécie de Conar inglês, de caráter privado, pertencente às principais emissoras de TV.

A censura, atribuída à forma desleal como a marca se referia às principais marcas de refrigerante, gerou desconfiança em relação ao órgão. A SodaStream defendeu que a decisão foi tomada com base nos interesses comerciais das emissoras, já que marcas de refrigerante representam uma fatia importante de seu faturamento com venda de espaços publicitários.

Ainda em reação à medida, a SodaStream veiculou campanha em mídia impressa denunciando a censura – e reforçando a mensagem de que seus produtos contribuem para diminuir a produção de lixo. Desta vez, a agência escolhida foi a israelense Studio 0304 – a nacionalidade da agência coincide com a sede da empresa, também em Tel Aviv.

Para não deixar a polêmica morrer, a marca também já anunciou que irá anunciar no intervalo do Super Bowl, o espaço publicitário mais caro dos Estados Unidos. Desta vez, porém, não conta com os serviços criativos de Bogusky. Mas o palco da briga já dá indícios de que o duelo será interessante. Com Advertising Age.