O governo de São Paulo publicou na última quinta-feira (5) a mudança do índice utilizado para reajustar as tarifas de pedágio nas rodovias do estado este ano, substituindo o IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

A cada três anos, o governo irá comparar o acumulado dos dois índices e qualquer diferença será transferida para um procedimento de reequilíbrio. Na visão do Bank of America Merrill Lynch, essa nova metodologia é favorável para o setor.

“Nós vemos a alteração nos contratos como a melhor fonte de valor para o operador rodoviário, uma vez que traz melhores taxas de retorno”, comentaram os analistas Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero. Além disso, eles esperam ver um melhor fluxo de leilões e projetos voltados para a infraestrutura.

O governo de São Paulo aceitou uma taxa de retorno de 12,5% para reequilibrar a inflação, o que não significa, necessariamente, que o reequilíbrio nos gastos com investimentos venha com o mesmo patamar de retorno, disse o banco.

Em 2011, a Ecorodovias (ECOR3) anunciou uma emenda sobre as despesas com a rodovia Imigrantes, com retorno de 11,5%, enquanto a CCR (CCRO3) comunicou uma emenda na Via Logos no Rio de Janeiro, com 12% de retorno e uma extensão de contrato de 15 anos. “Os governos estaduais parecem convergir para um retorno em torno de 11% e 12%, o que é uma notícia positiva na nossa visão”, comentaram os analistas.

Vale lembrar que o reequilíbrio decorrente das discrepâncias entre IGP-M e IPCA vai considerar um novo nível de retorno de 12,5%, a ser aplicado apenas para os anos adicionais de contrato. O prazo original da concessão irá manter a taxa interna de retorno de 18%.

Recomendações

Por fim, o banco manteve sua recomendação de compra para os papéis da CCR , OHL (OHLB3) e Ecorodovias, já que acredita que a notícia é positiva para o setor. A nova política de reajustes dos pedágios no estado de São Paulo é favorável, já que “encerra a discussão do novo índice de inflação, além de confirmar um retorno de dois dígitos em nível estadual, dada a tendência de queda das taxas locais”, complementaram os analistas.