Brasileiros que sofrem de melanoma avançado – um tipo de câncer que atinge o tecido epitelial, mais especificamente a pele – ganharam um aliado no combate à doença. Previsto para chegar ao Brasil até o final deste ano, o vemurafenibe – novo remédio contra o melanoma – têm obtido resultados promissores em até 50% dos casos avançados e surge como alternativa à quimioterapia e aos tradicionais métodos de combate ao câncer.

Com o nome comercial de Zelboraf, o medicamento de uso oral é produzido pela empresa Roche Brasil e já está aprovado pela Agência Nacional de (ANVISA). A promessa é que ele combata alvos específicos das células cancerosas deste tipo de tumor que, em muitos casos, chega ao ponto de metástase, reduzindo a expectativa de vida de muitos pacientes.

Estudo garante eficácia

No principal estudo com o medicamento, que incluiu 672 pacientes sem tratamento prévio, observou-se que o remédio é mais eficiente quando comparado com a quimioterapia. Os testes mostraram que 48% dos pacientes responderam positivamente ao vemurafenibe, enquanto apenas 5% apresentaram a mesma melhora depois que passaram pelo procedimento invasivo.

A medicação é indicada para o melanoma envolvendo o gene b-raf, presente em cerca de 50% dos casos dos tumores avançados, de acordo com Fábio Nasser Santos, oncologista do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital AC Camargo. Quando presente, esse gene mantém as vias de proliferação celular permanentemente ativas, contribuindo para o crescimento tumoral. “O vemurafenibe atua exatamente no bloqueio dessa proteína, impedindo a proliferação e a sobrevivência das células tumorais”, diz.

Até o momento, os resultados envolveram apenas pacientes com melanoma em estágio avançado. Apesar de promissor, o remédio ainda não foi capaz de oferecer uma cura da doença, apenas um retardo significativo do crescimento. Por isso, médicos ainda aguardam novos estudos com a droga. “Ainda são necessários avanços na pesquisa científica, seja na avaliação do uso do vemurafenibe em combinação com tratamentos novos ou já disponíveis, assim como na determinação da melhor sequência de tratamento”, afirma o oncologista