Novo presidente da Embrapa quer o foco em energia limpa

Ao tomar posse ontem, no Ministério da Agricultura, em Brasília, o novo presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, reforçou que sua intenção é dar prosseguimento à agenda da estatal. Porém, ele destacou que sua gestão terá algumas prioridades e uma delas será a geração de energia por meio da cana-de-açúcar e do sorgo sacarino, grão que […]

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Ao tomar posse ontem, no Ministério da Agricultura, em Brasília, o novo presidente da Embrapa, Mauricio Lopes, reforçou que sua intenção é dar prosseguimento à agenda da estatal. Porém, ele destacou que sua gestão terá algumas prioridades e uma delas será a geração de energia por meio da cana-de-açúcar e do sorgo sacarino, grão que até pouco tempo atrás era utilizado apenas como alimento para o gado ou matéria-prima para a produção de ração para aves de suínos.

“Há quase 40 anos, a Embrapa apresenta soluções para a agricultura. Estamos antecipando que vem aí a revolução das biorrefinarias com o uso de biomassa. E o setor sucroenergético é o principal candidato a ajudar o Brasil a focar em uma economia verde”, disse.

Para Lopes, o Brasil precisa conhecer o potencial de seus recursos e mapear áreas de pastagens degradadas para dar outro destino a elas. Durante a cerimônia, o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, elogiou o novo presidente que construiu uma carreira de 30 anos como pesquisador especializado em melhoramento genético. Mauricio Lopes substitui Pedro Arraes, que ocupava a presidência desde 2009, e pediu exoneração do cargo depois de críticas a sua gestão, especialmente, aos investimentos da Embrapa Internacional, presente em dez países. Nos próximos dias, uma sindicância interna deve ser aberta para investigar os projetos criados por essa unidade.

O braço internacional da estatal foi extinto pelo ministro da Agricultura no início do mês. Lopes não comentou as razões para a decisão quando foi nomeado ao cargo de presidente na semana passada. Entretanto, ele acredita que “houve um equívoco sobre o modelo para operar no exterior”, disse. Ele não avalia a decisão como um retrocesso ou ameaça à imagem da empresa fora do país. “A orientação do ministro é intensificar a presença da Embrapa no exterior. O que está extinto é o modelo Embrapa Internacional”, explicou.

Lopes informou que a coordenação dos projetos será feita no Brasil com a manutenção dos programas de cooperação e intercâmbio de pesquisadores com os Estados Unidos, França, Alemanha, Países Baixos, Reino Unido e Coreia. Na Ásia, a Embrapa iniciará parceria com a China e Japão ainda neste ano. “Alcançamos a última fronteira na Ásia”, completou. O novo presidente não deixou de citar a atuação da empresa em projetos de cooperação técnica na América Latina e na África.

Mauricio Lopes fez questão de informar que a Embrapa contratou cerca de mil novos pesquisadores nos últimos dois anos e que os recursos financeiros são um desafio como em qualquer empresa. “É sempre aquela luta por trazer sempre mais recursos”, afirmou o novo presidente. A estatal que tem 47 unidades no país e 9,4 mil funcionários, contou com um orçamento de R$ 2 bilhões para 2012.

 

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