Nokia Lumia 800 mostra que Windows Phone pode ser levado a sério

Se fosse preciso resumir o Nokia Lumia 800 em cinco linhas, a tarefa sairia como o que se segue. O smartphone da Nokia custa R$ 1.700. Mesmo caro, ele é levemente mais barato que seus principais concorrentes (iPhone e Galaxy). Conta com sistema Windows Phone, que tem atributos e fraquezas, assim como iOS e o […]

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Se fosse preciso resumir o Nokia Lumia 800 em cinco linhas, a tarefa sairia como o que se segue. O smartphone da Nokia custa R$ 1.700. Mesmo caro, ele é levemente mais barato que seus principais concorrentes (iPhone e Galaxy). Conta com sistema Windows Phone, que tem atributos e fraquezas, assim como iOS e o Android. Vale a compra, tanto quanto vale a de seus concorrentes. Um dos principais pontos negativos é não ter teclado físico. O principal ponto positivo é ter tela touch que atende a comandos de forma rápida e impecável, sendo tão boa quanto um teclado físico.

De forma geral, o aparelho agradou à reportagem durante semanas de testes. Fisicamente falando, a cara do Lumia 800 é o focinho do smartphone N9. Trata-se de um smartphone em uma estrutura inteiriça em policarbonato, compatível com “padrão” microSIM, sem possibilidade de expansão de memória (de 16 GB), quase sem botões.

Por dentro, entretanto, ele é completamente diferente (exceção feita à autonomia de bateria, que durou mais de três dias com o Wi-Fi ligado). Enquanto o excelente N9 usava uma versão do Linux, o Lumia 800 é vendido com o Windows Phone, sistema operacional para portáteis que a Microsoft tenta emplacar no mercado de smartphones. Nesse caso, nem precisa fazer muita força: a união do excelente hardware da Nokia com o novo sistema operacional resulta em uma experiência agradável.

Prós

O Lumia 800 é bastante esperto, respondendo aos comandos sem pestanejar – mesmo quando se trabalham com arquivos multimídia, como filmes e séries. O Windows Phone, para quem está acostumado com Android e iOS, causa certa estranheza no início, mas aos poucos perde-se o receio inicial. Ele divide bem as funções e telas (de uma forma meio quadrada) e tem como grande sacada agrupar os contatos por (veja você, que original) pessoa.

Se eu tenho um amigo chamado Paulo, tudo de Paulo aparece automaticamente na conta de Paulo. Telefone, atualizações no Facebook, tuítes, e-mails. É como se a pessoa fosse importada para dentro do smartphone, ganhando uma “caixinha” só dela. Torna-se muito simples e muito fácil interagir com os amigos.

Dentro desta sacada, até mesmo você – o dono do celular – é importado para dentro dele. Assim, na seção “Eu”, você encontra tudo sobre você mesmo – citações no Twitter, menções no Facebook, SMS, e-mails, possibilidade de dar check in em locais ou definir status nos bate-papos cadastrados. É uma espécie de espelho (ou repositório) virtual seu, o que por vezes pode fazer o usuário se sentir fora do próprio corpo ou em um episódio do antigo seriado “Além da Imaginação”.

Outro ponto positivo é com relação à agenda do Lumia: uma vez cadastradas suas contas (Live, Google, Facebook), ela coloca sob uma mesma interface todos seus compromissos, calendários, convites. Por padrão, essa agenda e os compromissos são avisados sem que o usuário peça. Assim, uma vez cadastradas as contas do Facebook, por exemplo, a pessoa é avisada dia a dia dos aniversários ou shows que foi convidada.

Assim como o Windows em PCs, a Microsoft facilitou ao máximo a interação entre aparelhos, entre contas, entre tudo. Com um clique e algumas poucas configurações, é possível atualizar o GPS, ouvir música, assistir a vídeos. A tela, dividida em quadradões, corre na vertical e é muito simples acionar o que se deseja fazer no telefone. O jeitão do Windows Phone do Lumia é muito semelhante ao que vimos até aqui do Windows 8.

Contras

Mas nem tudo são flores no Lumia e seu Windows Phone. A começar com a interação computador-smartphone. Para manusear ou gerenciar arquivos (música, filmes, imagens) o usuário é obrigado a baixar e utilizar no PC o chatíssimo Zune, sonolento programa multimídia. Para transferir um filme de 700 MB, com duração de 1h45 minutos, por exemplo, o software levou 2h40 minutos para completar a operação (sugestão da Microsoft para a próxima versão do programa: trocar o nome para zzzzzzzune).

Os outros pontos negativos dizem respeito à integração com contas Microsoft. Embora ele funcione perfeitamente com usuários que majoritariamente usam serviços Google (que tenham Gmail, YouTube, Calendar), ele foi desenvolvido para facilitar a vida de pessoas que gostam da plataforma Live da Microsoft (Hotmail, Messenger). Mas ela não é das melhores e mais populares nem em ambientes digitais robustos, que dirá em um sistema operacional que começa agora a dar sinais de que pode ser levado a sério.

O Internet Explorer padrão, que chega com o smartphone, não compromete. Mas é mais lento e renderiza páginas pior do que o recém-lançado Opera Mini 7 (recomendação: baixar um navegador alternativo para o Lumia).

Por fim, sempre há o problema da escassez de aplicativos para Windows Phone. O Marketplace, loja virtual de aplicativos da Microsoft, é até competente. Conta com os aplicativos básicos e essenciais para o Lumia (como joguinhos, assistentes de Facebook, de bate-papo), entretanto, diferenciais que podem agradar aos mais diversos usuários, com aspirações e problemas diferentes, não existem.

Conclusão

Em resumo, o Lumia 800 chega ao mercado como mais uma boa opção de smartphone (e o sistema Windows Phone se mostra até viável). Ele tem muito pontos altos e alguns baixos. Entretanto, um deles, pode fazer diferença – seu preço. Se vale cada um dos 1.700 dinheiros pedidos pela Nokia, isso é o público quem vai dizer.

 

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