No dia de Cosme e Damião campo-grandenses distribuem doces para as crianças

Católicos, espíritas e adeptos de religiões afro-brasileiras celebram neste 27 de setembro, o dia de São Cosme e Damião

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Católicos, espíritas e adeptos de religiões afro-brasileiras celebram neste 27 de setembro, o dia de São Cosme e Damião

Católicos, espíritas e adeptos de religiões afro-brasileiras celebram neste 27 de setembro, o dia de São Cosme e Damião. Os santos gêmeos, morreram em cerca de 300 d.C. e sua santidade é devida por exercer a medicina sem cobrar por isto. Como parte da tradição, várias pessoas distribuem doces às crianças.

Em Campo Grande, Gabriel Bonfá, de 12 anos, conta que sempre teve vontade de participar da tradição, porém seu avô não permitia. “Todo mundo pegava, mas meu avô dizia que era coisa do demônio.”. Questionado se acredita no que diz seu avô, o jovem respondeu: “Eu não. Doce é apenas doce.”.

Morador do bairro Cabreúva, Lauro Grun (33) conta que é devoto dos santos e que a tradição de distribuir doces vem desde seus bisavôs. “Distribuímos desde que entendo por gente. Sempre foi uma tradição da família. As crianças já sabem que aqui sempre vai ter.”.

Somente na manhã de hoje, pelo menos 40 crianças já haviam passado pelo local pedindo doces. “É a minha crença e me faz muito bem. Nunca peço nada em troca. Apenas fico feliz em seguir essa tradição.”.

Proprietária de um salão de beleza no mesmo bairro, dona Ivone relata que é adepta da tradição há pelo menos 15 anos e que para este ano, pretende distribuir entre 300 e 400 saquinhos de doces em seu salão e em locais de assistência social.

“Sou espírita e acredito que a data é um símbolo que demonstra amor, gratidão e respeito. As profissionais do salão e clientes colaboram com a arrecadação e preparação dos saquinhos de doces.”, conta. “Ninguém faz nada sozinho, por isso todo nosso trabalho é compartilhado.”

Bárbara Stefanie, de 12 anos, conta que desde os seis pega os doces. “Hoje não teve aula. Trouxe meus amigos e vou levar pro meu irmão que ainda é muito pequeno e não consegue acompanhar a gente. Mas até o final da tarde vamos pegar muitos doces.”

Lendas

O nome Cosme significa “o enfeitado” e Damião, “o popular”. Há relatos que atestam serem originários da Arábia, de uma família nobre de pais cristãos, no século III. Seus nomes verdadeiros eram Acta e Passio.

Um estudou Medicina e o outro Farmácia na Síria e depois foram praticar em Egéia, sem receber qualquer pagamento e diziam “Nós curamos as doenças em nome de Jesus Cristo e pelo seu poder”.

Cosme e Damião foram martirizados na Síria, porém é desconhecida a forma exata como morreram. Perseguidos por Diocleciano, foram trucidados e muitos fiéis transportaram seus corpos para Roma.

Foram sepultados no maior templo dedicado a eles, feito pelo Papa Félix IV (526-30), na Basílica no Fórum de Roma com as iniciais SS – Cosme e Damião.

Uma lenda afro-brasileira conta que num reino existiam dois pequenos príncipes gêmeos que traziam sorte a todos. Os problemas mais difíceis eram resolvidos por eles e, em troca, pediam doces balas e brinquedos.

Esses meninos faziam muitas traquinagens e, um dia, brincando próximos a uma cachoeira, um deles caiu no rio e morreu afogado.

Todos do reino ficaram muito tristes pela morte do príncipe. O gêmeo que sobreviveu não tinha mais vontade de comer e vivia chorando de saudades do seu irmão, pedia sempre a orumilá que o levasse para perto do irmão.

Sensibilizado pelo pedido, orumilá resolveu levá-lo para se encontrar com o irmão no céu, deixando na terra duas imagens de barro. Desde então, todos que precisam de ajuda deixam oferendas aos pés dessas imagens para ter seus pedidos atendidos.

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