‘Não espere compaixão’, diz comandante da PM sobre julgamento de militar assassino

”Pode ter certeza que não terá defesa e nem apoio da Polícia Militar. E, de mim, não espere compaixão”, é o que disse ao Midiamax o comandante da PM, Coronel Carlos Alberto David dos Santos, logo após se reunir com a família de Ike César Gonçalves, 29 anos, morto na madrugada do último dia 28, […]

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”Pode ter certeza que não terá defesa e nem apoio da Polícia Militar. E, de mim, não espere compaixão”, é o que disse ao Midiamax o comandante da PM, Coronel Carlos Alberto David dos Santos, logo após se reunir com a família de Ike César Gonçalves, 29 anos, morto na madrugada do último dia 28, em frente a uma boate de Campo Grande.

O crime chocou familiares, amigos e até a polícia, já que o suspeito se trata de um militar lotado na Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais). Na ocasião, após disparar ao menos seis tiros, testemunhas dizem que ele mirou friamente na cabeça da vítima e o executou.

Diante de tamanha brutalidade, parentes e amigos resolveram pedir Justiça, principalmente com a exoneração do policial. Eles realizaram uma caminhada e, nesta quarta-feira (7), estiveram no Comando Geral da PM.

”Ele me deixou mais tranquila. Sei que a Justiça está sendo feita, talvez até lentamente, mas sei que são os trâmites necessários”, disse a mãe Jaci Vieira do Nascimento, 49 anos. A conversa, a portas fechadas, evidenciou que o policial tem grandes chances de ser exonerado da corporação.

A esposa da vítima, Tatiana Virgínia Silva, também diz que pretende entrar com uma ação indenizatória por parte do Estado. “Não quero que um crime como esse aconteça novamente e que este fique impune. Era um excelente pai, tanto dos seus três filhos como de uma menina minha que criava. Agora, as crianças estão assustadas, vivem com febre e acredito até que precisarão de tratamento psicológico”, lamenta Silva.

Assim como os familiares, o comandante da PM parecia estar abatido e até um pouco envergonhado da atitude do assassino. “É delicado a minha situação, de receber a família. Mas conversei e eles sabem o que será feito…Aqui não ensinamos ninguém a fazer coisa errada. Agora o policial será remetido a Corregedoria, onde três oficiais montarão um Conselho de Disciplina para julgar este caso”, diz o coronel.

O procedimento tem o prazo de 30 dias para ser concluído. O policial permanece detido no presídio militar e o comandante aguarda o auto de prisão em flagrante realizado pela Polícia Civil. “Até agora ainda não recebi nenhum documento oficial sobre o caso. Aguardamos para dar andamento no processo”, emenda o coronel.

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