A menos de duas semanas para o segundo turno da eleição municipal, os candidatos à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), apostam na propaganda eleitoral na TV e no rádio para conquistarem os eleitores indecisos, que no dia 28 terão de escolher entre um dos dois para comandar a cidade pelos próximos quatro anos. Reproduzindo o clima “acalorado” da campanha observado nos últimos dias, os candidatos devem intensificar a troca de acusações e críticas mútuas também na televisão, embora a apresentação das trajetórias políticas e a comparação entre os “currículos” devam ser bastante explorados nos dois programas.

No segundo turno, cada candidato terá direito a um bloco de 10 minutos para apresentar seus programas, que irão ao ar todos os dias às 7h e às 12h, no rádio, e às 13h e às 20h30 (horário de Brasília), na TV, até o dia 26 de outubro. Nesta segunda-feira (15), porém, o candidato petista terá um minuto a menos que o adversário, por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), que o puniu por ter “invadido”, no primeiro turno, o espaço dedicado à propaganda dos candidatos a vereadores da coligação.

A campanha do PSDB faz mistério sobre o teor do primeiro programa de Serra, mas temas como a condenação de caciques petistas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão e a investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Polícia Federal sobre as supostas irregularidades em uma licitação para reforçar a segurança do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), durante a gestão de Haddad no Ministério da Educação, certamente terão espaço.

Assim como já tem feito durante entrevistas, Serra também deve explorar os recentes problemas com a aplicação do Enem, como o vazamento da prova em 2009, com o objetivo de demonstrar o suposto “despreparo” do rival.

Prevendo ser alvo de críticas fortes do adversário, Haddad deve usar parte de seu tempo de televisão para explorar elementos polêmicos que também desfavorecem Serra. Um dos pontos de destaque deve ser o escândalo envolvendo Hussein Aref, ex-diretor do Departamento de Aprovação das Edificações da prefeitura, que é acusado de enriquecimento ilícito, que foi nomeado pelo tucano. O PT também pretende apostar na repercussão de trechos do conteúdo do livro “Privataria Tucana”, que aponta irregularidades nas privatizações realizadas durante os governos do PSDB, e explorar a figura de Paulo Preto, ex-diretor da Dersa e suspeito de desviar dinheiro de um suposto caixa dois tucano.

Apesar da troca de farpas, com mais tempo na TV, os candidatos esperam dar mais destaque às suas realizações políticas e à apresentação das propostas de governo. Enquanto Serra listará suas conquistas na prefeitura e no governo, Haddad focará em suas três propostas centrais: o Bilhete Único Mensal, Rede de Saúde Hora Certa e o Arco do Futuro. Além disso, como ocorreu no primeiro turno, Haddad deve se associar fortemente à figura de seu padrinho político, o ex-presidente Lula.

A exposição dos candidatos na TV não para por aí. Além dos 20 minutos diários de propaganda eleitoral, haverá inserções todos os dias, que podem durar até 60 segundos cada uma. Serra e Haddad também se enfrentarão em ao menos quatro debates na TV: já estão confirmados os debates da Band (dia 18), SBT (dia 24) e da TV Globo (dia 26), e deve se confirmar nos próximos dias o embate na Record, no dia 22.