A polêmica estabelecida após as declarações do presidente do Santos, Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro, insinuando um “complô” da CBF para favorecer o Corinthians, continua em pauta. Depois do diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, ex-presidente do Timão, rebater o mandatário santista, foi a vez de o técnico da equipe, Muricy Ramalho, comentar o assunto. Para o treinador, não há motivos para se desconfiar de um favorecimento ao rival.

“Em relação às convocações de atletas do Santos, não tem jeito. Temos jogadores importantes, que estão bastante valorizados. Todos os clubes querem que os seus principais atletas defendam a Seleção Brasileira. É natural. O que aconteceu com o Neymar e o Rafael era uma coisa esperada, nós sabíamos que iríamos perdê-los. Eles têm idade olímpica”, afirmou Muricy.

O ponto central da reclamação de Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro foi o desgaste físico e mental de Neymar, após os últimos amistosos dos canarinhos (contra Estados Unidos, México e Argentina). A Joia não teve uma boa atuação diante dos corintianos, na última quarta-feira, na primeira partida das semifinais da Copa Libertadores da América, e os exames de rotina realizados pela comissão técnica do clube acusaram um cansaço excessivo do camisa 11 alvinegro.

Questionado se Mano poderia ter convocado jogadores corintianos para a Seleção, na última série de amistosos dos brasileiros, Muricy Ramalho acredita que as opções do técnico canarinho foram corretas.

Segundo o treinador do Santos, Mano Menezes agiu bem ao priorizar as Olimpíadas de Londres, competição que tem 23 anos como idade limite para os atletas – cada país pode levar até três jogadores acima dessa faixa etária.

“Não sei se os jogadores do Corinthians têm idade olímpica. O Paulinho (completa 24 anos em julho), por exemplo, é um grande volante, que pode até ir a Copa do Mundo, mas não pode ir para os Jogos Olímpicos. Por isso, no meu modo de ver, a última convocação dele foi com esse foco (Olimpíadas), o que foi correto. O Mano precisa mesmo dar prioridade a isso. Não vejo nada demais nesse aspecto. E nós, que somos do futebol, temos de apoiá-lo”, concluiu.