Mulheres denunciam mais e delegacia prende um suspeito a cada dois dias por violência

Segundo a delegada Roseli Molina, mais confiantes com a Lei Maria da penha, mulheres apontam a violência cometida contra elas

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Segundo a delegada Roseli Molina, mais confiantes com a Lei Maria da penha, mulheres apontam a violência cometida contra elas

A disseminação da informação e as garantias a favor da mulher, por conta da Lei Maria da Penha (11.340/06), são responsáveis por estatísticas positivas na Capital, como a prisão de um suspeito de violência contra a mulher a cada dois dias na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher).

Segundo a delegada titular da Deam, Rosely Aparecida Molina, as prisões constantes se devem ao fato do pedido de urgência por parte da justiça. “Pedimos a análise imediata dos casos, como sendo uma ação pública incondicionada. Meu argumento é de que o perigo para a mulher está iminente, que as agressões podem continuar e se agravar a qualquer momento, sendo necessária de imediato a prisão do suspeito ou até mesmo medidas protetivas contra ele”, explica a delegada Molina.

Por dia, a delegacia tem uma média de 70 registros de crimes de violência doméstica, vias de fato e lesão corporal dolosa, entre outras. ”Desde que assumi a delegacia, em outubro do ano passado, pedi para ser feito o registro das ocorrências para o encaminhamento correto das vítimas, além de diligenciar com ordens de serviços os investigadores para as ruas, no intuito de averiguar as denúncias”, afirma a delegada Molina.

Com relação aos parceiros, a delegada conta que “ás vezes a mulher procura a delegacia e não quer romper o relacionamento, ela precisa apenas de ajuda para combater o alcoolismo do marido ou o uso de entorpecente, por exemplo. Aí nós tentamos ajudar, para estimular a pessoa, sem nos desviar da função precípua da delegacia, que seria a apuração de crimes, por conta da Lei Maria da Penha (11.340/06)”, diz a delegada Molina.

A coragem das mulheres, algo que antes não existia muito, também contribuiu para o aumento de denúncias e resolução de casos, segundo Molina.

“É a honra subjetiva da mulher que está em jogo e, com as mudanças na lei, a mulher escolhe se quer que uma injúria ou calúnia se torne uma ação criminal. Agora, crimes como uma lesão corporal, por exemplo, podem ser denunciados por qualquer um que estiver passando na rua, um vizinho, um parente, um amigo, dando até mais liberdade para o nosso trabalho de investigação”, avalia a delegada Molina.

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